Cuidado, este texto está recheado de spoilers. Se você não leu o livro, recomendamos que o leia antes. O intuito deste texto é relembrar os melhores momentos do livro, afinal, se você é um nerd que se preza, já deve ter lido pelo menos uma vez na vida.
Esse livro é sem dúvida, uma surpresa para quem já leu os três primeiros livros de Douglas Adams. E posso dizer sem medo de errar que é uma surpresa boa.
Em O Guia do Mochileiro das Galáxias, O Restaurante do Fim do Universo e A Vida, O Universo e Tudo Mais acompanhamos a turminha da pesada através de várias aventuras. Posso até dizer que eles fizeram história de uma ponta a outra do universo. Tá, eu sei que aqui dá para falar que o universo não tem fim e blá blá blá, mas acho que deu para entender o que eu disse, né?
Nesse quarto volume, fui surpreendido por uma aventura que acontece quase que inteira no planeta Terra. Sim, Douglas Adams praticamente aboliu as viagens espaciais.
E a maior mudança que todos os leitores com certeza sentiram ou vão sentir caso não tenham lido, é que Adams conseguiu fazer uma espécie de comédia romântica. Sim, caro delfonauta, temos aqui um desvio bem brusco na direção da história.
Depois de ficar vagando pelo espaço por oito anos, Arthur é deixado na Terra novamente. Ou pelo menos ele acha que é a Terra. Mas espera aí! A Terra não tinha sido destruída logo no primeiro livro? Eis um dos grandes mistérios do livro.
Arthur tem a sua vida de volta. Seu emprego, sua casa, seus amigos. Parece que só se passou um dia depois da destruição. Arthur não sabe se está tendo uma alucinação ou se tudo o que ele viveu até agora foi fruto da sua imaginação fértil. Mas como ele é Arthur Dent, ele simplesmente não se importa. POP!
As coisas começam a mudar quando ele pega uma carona com um sujeito de nome Russell e a sua irmã Fenny, que mais tarde descobrimos que o nome verdadeiro é Fenchurch. Através desses dois é que Dent começa a descobrir o que está acontecendo.
A destruição da Terra, para todo o restante da população do planeta, não passou de uma alucinação coletiva provocada pela CIA. Tudo porque eles estariam testando uma nova arma química. As únicas pessoas que não acreditam nessa versão são Arthur e Fenchurch. Arthur porque… bem, se você leu os três primeiros livros, já deve saber o motivo. Já Fenchurch, que só agora descobrimos que já foi citada no primeiro livro, tem seus próprios motivos para duvidar dessa história da CIA e vai ter a ajuda de Arthur para descobrir o motivo da sua sensação de saber de alguma coisa, mas não saber exatamente o quê. Deu para entender? ^-^
Depois de uma enrolação danada para que os dois se conhecessem, eles finalmente engatam um romance. Lógico que aqui não falamos de um romance qualquer. O casal é o único no planeta que sabe da verdade sobre a Terra e a sua (não) destruição.
Para um nerd de plantão, o amor entre os dois é praticamente um sonho. Arthur ensinou Fenchurch a voar e com isso ganhamos alguns dos mais belos momentos de toda a saga. Duas pessoas apaixonadas que sabem voar e não sentem frio mesmo ficando sem roupa nas alturas… Hum, acho que já deu para o delfonauta sacar onde eles chegam, não é mesmo? Eu sei que tem gente menor de idade no DELFOS, então paramos o assunto por aqui.
Outro ponto que não posso deixar de citar aqui é que Adams fala com o leitor. Que nem o Deadpool da Marvel, sabe? Ele faz alertas sobre o próximo capitulo, fala que o robô Marvin aparece em determinado capítulo do livro, entre outras coisas. Essa interação, a meu ver, é legal, mas por mais curta que ela seja, quebra um pouco o ritmo do livro. Ela caberia melhor nos livros anteriores, não em uma parte da saga em que o forte é o romance.
Tenho que citar também que nesse livro não temos golfinhos. É, depois que a Terra voltou a ser o que era, os golfinhos simplesmente sumiram. E deixaram alguns presentinhos de agradecimento para os nossos amigos.
Até esse ponto da resenha eu só falei do Arthur Dent. Cadê o resto da galera? Então, esse é um livro quase que exclusivo do Arthur. Temos algumas passagens com o impagável Ford Prefect, que descobre que a Terra voltou a existir e faz de tudo para chegar até ela. Ele só descobriu isso, pois o Guia do Mochileiro das Galáxias foi atualizado com todas as informações que ele escreveu sobre o planeta durante 15 anos.
O encontro entre Ford e Arthur não serve para muita coisa, a não ser para dar uma direção no final da história. É através de Prefect que o casal consegue fazer a primeira viagem espacial deste capítulo. Aliás, como eles conseguem uma nave para fazer essa viagem é com certeza um dos pontos altos da história.
A viagem é especial, pois eles vão em busca da palavra final de Deus para a sua criação. Eles terão que ir até esse endereço: Montanhas de Quentulus Quazgar. Sevorbeupstry. Planeta Preliumtarn. Sol Zarss. Setor Galáctico QQ7, Ativo J Gama. O casal acredita que somente lá é que Fenchurch irá encontrar as respostas para os seus problemas.
Chegando lá, eles encontram o Marvin, o robô mais ranzinza do universo. E sabe que depois de tudo o que já aconteceu, ele tem razão em reclamar. Descobrimos que depois de tantas viagens pelo tempo que o robô fez, ele se tornou trinta e sete vezes mais velho que o próprio universo. Com tanto tempo assim, Marvin está no que podemos considerar seus últimos minutos de vida.
Nesse ponto do livro eu fiquei muito curioso para saber qual era a mensagem que Deus deixou para a sua criação. Aposto que, se você já leu o livro, com certeza ficou tão angustiado quanto eu até chegar à mensagem, não é mesmo? Se você não leu o livro e achou que eu iria contar essa parte aqui, está enganado. Mas não espere nada além do humor de Douglas Adams. Ou seja, já sabe que vem surpresa pela frente não é?
Até Mais, e Obrigado pelos Peixes é um livro que termina tranquilamente, com sensação de dever cumprido com os personagens e seria o fim da trilogia. Pelo menos até Adams decidir fazer uma quinta parte.
Leia também:
– O Guia do Mochileiro das Galáxias: O início da trilogia!
– O Restaurante no Fim do Universo: Segunda Parte!
– A Vida, O Universo e Tudo Mais: Terceira parte da trilogia de cinco livros!
– Praticamente Inofensiva: A quinta e última parte da trilogia.
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