O viril delfonauta sem dúvida conhece Luc Besson, cineasta francês que dirigiu coisas como Nikita e outros dos filmes mais machos da França (não que isso signifique muita coisa, já que a França não é especialmente conhecida por sua masculinidade cinematográfica). Com certeza também já deve ter lido a entrevista que fizemos com o carrancudo diretor.
Porém, ele parece querer se afastar dessa imagem de “diretor de filmes para homem”, pois desde O Quinto Elemento, de 1997, se limitou a produzir alguns Testosterona Totais legalzudos e os poucos filmes que de fato dirigiu desde então não são exatamente feitos para caras. A não ser que sejam caras que compram coisinhas no Além da Lenda.
As Múmias do Faraó vai nessa linha. Trata-se de uma comédia, mas uma comédia totalmente kid-friendly e tipicamente francesa.
Aqui conhecemos Adèle (Louise Bourgoin), uma jornalista tão absurdamente linda que dá vontade de puxar o cabelo dela e gritar “Greedo atira primeiro!”. Ela tem uma irmã vegetando e, para salvar a vida da maninha, resolve desenterrar a múmia de um grande médico egípcio. Assim, quando ela conseguir ressuscitar o caboclo, ele poderá ajudá-la a tratar a irmã batata. Quê?
Paralelamente a isso, um ovo de pterodátilo de um museu de história natural parisiense resolveu chocar e o dinossaurinho voador agora está causando altas confusões em Paris. De novo, quê?
Como o amigo delfonauta sem dúvida percebeu, este é um filme que faz muito sentido. Também é ridiculamente lindo, com uma qualidade técnica que dificilmente é vista fora dos blockbusters de verão hollywoodianos.
O visual também é bem parecido com cartuns franceses (pense em Asterix) e não é à toa, pois foi baseado nos gibis de Jacques Tardi. Assim como a adaptação cinematográfica dos gauleses irredutíveis, a cara do gibi foi fielmente e belissimamente passada para a tela grande. A música também não fica atrás, pois é bonita pra caramba.
Mas o que importa numa comédia é o humor e, se você gosta do humor francês, sem dúvida vai dar umas gostosas risadas por aqui, especialmente na cena que deu origem ao título nacional, aquela com As Múmias do Faraó. Sim, amigão, essa é uma única cena no final do filme e, embora seja, sem dúvida, a melhor e mais engraçada, não é um título muito apropriado para a história (apenas por curiosidade, o título francês, se traduzido para nossa língua, seria As Aventuras Extraordinárias de Adèle Blanc-Sec, muito mais apropriado).
Infelizmente, o filme não deixa uma impressão tão boa quanto esta resenha deu a entender até aqui. Ele parece se arrastar por mais tempo que o necessário, falta algum timing na comédia e, principalmente, ele é kid-friendly demais, o que o deixa meio chatinho para alguém com mais de 10 anos.
De qualquer forma, se você tem um priminho pequeno, é fã de comédias francesas ou do Luc Besson, assistir As Múmias do Faraó pode servir como um belo entretenimento numa tarde de sábado.
CURIOSIDADES:
– Reparou que, ao contrário do que costumamos fazer, a imagem de destaque da matéria não é o pôster, mas uma foto da Louise Bourgoin no filme? Fiz isso porque achei a moça tão linda que sabia que uma foto dela seria perfeita para deixar esta página bonitona! E acredito que todos nós queremos que o DELFOS seja um site bonito, não? =)
– Este filme só vai passar nos cinemas em cópias dubladas, mas sabendo da preferência dos jornalistas, a Imagem arranjou uma cópia digital legendada unicamente para essa cabine. Assim, uso estas últimas linhas para agradecer à distribuidora e ao seu assessor de imprensa, o Rodrigo Fante, por nos poupar de ter que avaliar um filme dublado! Valeu, caras! ^^