Máquina Mortífera não foi o primeiro filme buddy cop da história. Longe disso, aliás. Há registro do gênero em questão no cinema desde Cão Danado, o clássico de 1949 dirigido por Akira Kurosawa. Depois ainda veio 48 Horas, aquele com Eddie Murphy, e várias séries televisivas como Starsky & Hutch. Máquina Mortífera só sairia em 1987.
No entanto, se Máquina Mortífera não foi o primeiro, ou sequer um dos primeiros, ele sem dúvida se tornou a maior referência do gênero. Isso é assaz irônico, considerando que a intenção era ser uma paródia do gênero que acabou popularizando Hoje, é difícil ver qualquer coisa que envolva dois policiais com abordagens diferentes e um tom de humor sem se lembrar da dupla eternizada por Mel Gibson e Danny Glover.
A MOÇA DO GOGÓ
As Bem-Armadas é um desses filhotes da cria de Shane Black. Aqui conhecemos uma pintuda agente do FBI chamada Sarah Ashburn (Sandra Bullock). E eu estou perfeitamente ciente de quão assustador é pensar que uma mulher bonita, além de ter um gogó avantajado, ainda é pintuda.
Sarah está de olho numa suculenta promoção, mas seu chefe diz que ela só leva o aumento se conseguir solucionar um caso complicado. E este caso vai se complicar ainda mais quando ela perceber que terá que trabalhar com a irreverente policial Mullins (a sempre desagradável Melissa McCarthy, mais uma vez no seu eterno papel de herself).
É isso. Cá entre nós, a partir dessa sinopse, você já deve saber exatamente o que vai encontrar, e também saber se será um filme que valerá seu ingresso. A história marca presença em todos aqueles pontos de sempre. Você sabe que elas vão brigar muito, eventualmente se reconciliarem e assim por diante. Não vou descrever o filme inteiro aqui, pois não quero encher a resenha de estragões, mas se você já viu qualquer buddy cop antes, sabe qual vai ser o caminho.
E o caminho não se destaca em nada. Não é especialmente divertido, mas também não é chato. Apenas uma cena (a da roleta russa no bilau) é realmente engraçada, e o resto é mais irreverente do que engraçado de fato. É o tipo de filme perfeito para ver na TV em uma tarde de tédio, ou quando você está doente e de cama e não tem ninguém para cantar soft kitty para você. Agora no cinema, eu o recomendaria apenas para grandes entusiastas do gênero, ou para quem estava com saudade de ver a Sandra Bullock que, apesar do gogó e de estar beirando os 50, ainda é linda.
CURIOSIDADES:
– Fazia tempo que não víamos a Sandra Bullock, né? Ela esteve em Tão Forte e Tão Perto, de 2011, mas, embora eu me lembre bem do filme, não me lembro dela nele. Antes disso, teve o bem mais genérico Um Sonho Possível, de 2009. Mas quando ela fazia um monte de filmes, lá nos idos de 2006 (lembra de A Casa do Lago?), a gente vivia pegando no pé dela por causa do gogó. Tadinha, né?
– Outra que não víamos faz tempo é a Jane Curtin, da tremendona série 3rd Rock From The Sun, que aqui tem um papel deveras pequeno.