Meu primeiro contato com Huntdown foi através do seu trailer. E, meu amigo, foi paixão à primeira vista. A narração, o texto, os nomes dos personagens. Taí um jogo que tem o meu tipo de humor. Eu simplesmente precisava jogá-lo. E algumas horas depois, eu estava jogando. Nossa análise Huntdown começa após o trailer embedado abaixo.

ANÁLISE HUNTDOWN

Huntdown é um shoot’em up 2D com um leve tempero de plataforma. Sua estrutura é semelhante à do clássico dos arcades (e um dos meus jogos preferidos) Sunset Riders. Ou seja, você escolhe seu caçador de recompensas e vai causando explosões em uma sequência de fases. Cada estágio termina com um chefe, que é exatamente quem você está caçando.

A estrutura é semelhante a Sunset Riders, mas o jogo em si dá uma sensação diferente. Seus gráficos são mais escuros e menos coloridos. Huntdown tem gráficos que eram comuns no Mega Drive – e mesmo lá não seria um jogo especialmente bonito.

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O que deve em beleza, ele compensa em diversão.

Felizmente, ele é muito divertido. O gameplay é uma delícia e o humor é tão bom quanto o trailer promete. Ao contrário da maioria dos jogos pixelados em 2D, Huntdown é repleto de vozes. Todos os protagonistas estão sempre soltando frases de efeito. Os chefes mandam uma intimidação quando aparecem e tem até um narrador cuja voz por si só já me faz rir.

Isso dá ao jogo uma sensação de fliperama dos anos 90 (como o próprio Sunset Riders). Se você viveu a época, deve lembrar que uma das coisas mais impressionantes desses arcades era o quanto eles falavam. E Huntdown fala muito mais. Para você ter uma ideia, pelo menos metade do tempo dos créditos é dedicado aos atores.

MEU TIPO SANGUÍNEO É AK-47

Os protagonistas não são tão diferentes uns dos outros. Cada um tem uma arma principal, com munição infinita, que são variações de revólveres. Os que atiram mais devagar são mais fortes e vice-versa. Eles também têm um ataque especial (um bumerangue, kunai ou machado).

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Diga oi para a minha amiguinha.

Porém, na maior parte da sua jogatina, esses diferenciais não serão muito importantes. Isso porque sempre tem armas melhores espalhadas pelo cenário. Essas têm munição limitada, mas popam com bastante frequência, então raramente você usa sua arma padrão. O mesmo pode ser dito do especial, substituído por granadas e outros explosivos coletados do cenário que, obviamente, são bem mais eficientes.

Um aspecto do gameplay que é mais novo é o uso de coberturas. Alguns inimigos demoram mais para morrer, então você pode se esconder dentro de uma porta ou atrás de uma caixa para se proteger até chegar a hora de atacar. Não é nada realmente inovador, mas ajuda a deixar a campanha mais variada.

QUANDO ELE OLHA PARA VOCÊ, VOCÊ OLHA PARA O SEU TÚMULO

Minha picuinha com o jogo é que alguns chefes, sobretudo das últimas fases, demoram muito para morrer. Alguns têm também mais de uma barra de vida, e não há checkpoints entre elas (com exceção do último, onde as duas batalhas têm checkpoints independentes).

A trilha sonora também poderia ser mais legal. Este é um jogo que praticamente implora por um hard rock divertido (e veja só, a música dos créditos é do Twisted Sister), mas as faixas que tocam durante o jogo são quase ambientes. Elas simplesmente não refletem a diversão que exala de todos os outros aspectos do design.

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Os chefes até são legais, mas alguns duram tempo demais.

No lado positivo, o jogo tem checkpoints bem colocados e vidas infinitas, o que diminui consideravelmente a frustração. Afinal, você nunca é obrigado a jogar a fase desde o início de novo, a não ser que queira.

Huntdown também é daqueles jogos que não exigem muito tempo. Eu fiz a campanha em cerca de três horas, e me diverti bastante em todas as fases. Tem jogos que querem ser arte. Tem jogos que querem ser polêmicos. Huntdown só quer uma coisa: ser divertido. E faz isso muito bem!