Eu sempre falo aqui das gratas surpresas. De jogo que eu sequer queria jogar e acabei curtindo muito. Hoje, infelizmente, será o contrário. Nesta análise Gleamlight vou falar sobre este jogo que acompanho há mais de ano, esperando ansiosamente a hora de jogar. E… bem… é… eu joguei.

ANÁLISE GLEAMLIGHT

Gleamlight é um jogo de ação e plataforma em 2D com um visual super criativo, que lembra arte em vidro, sabe? Tipo aquelas janelas de igrejas antigas.

Análise Gleamlight, Gleamlight, Delfos
Uma imagem vale mais do que mil palavras?

Foi justamente o visual que me atraiu, e foi daí que veio minha principal decepção. Embora ele até fique bonitinho em screenshots, em movimento é outra história. A animação é bem precária, e dá a impressão de ser um daqueles joguinhos em Flash que a gente jogava em browser.

Piorando o visual, a tela fica sempre totalmente preta, com exceção de um círculo de luz em volta do seu personagem. Nada como jogar um videogame que ocupa 30% da sua tela, não é mesmo?

Para completar, ele também não tem sustância alguma.

SUSTÂNCIA

Gleamlight é praticamente um jogo de Nintendinho, se não em visual, pelo menos em profundidade. Você praticamente só ataca e pula, e dá para fazer os créditos subirem em menos de uma hora. Tem três chefes, e depois de vencê-los, você ganha upgrades básicos (esquiva e pulo duplo, por exemplo).

loop de gameplay envolve destruir uma bola vermelha, que abre a porta para a saída, e daí avançar para a próxima sala. A campanha é totalmente linear (e isso não é uma crítica), sem dar importância a exploração, a não ser para achar a bola vermelha. Assim, a coisa avança bem rápido.

Análise Gleamlight, Gleamlight, Delfos

O principal gimmick do jogo é que causar dano cura seu personagem, mas o mesmo vale para os inimigos. Isso fica muito claro no terceiro chefe, que é muito difícil de atacar sem ser atacado, e o resultado disso é a luta durar para sempre.

NEW GAME +

Gleamlight é um jogo totalmente não verbal. 100% do seu tempo é ocupado por gameplay. Não tem nem um final. Se desejar, depois dos créditos subirem, você pode recarregar seu save, o que o coloca de volta no final do jogo, com o objetivo de voltar para o início. No caminho, você encontra alguns chefes e poderes novos.

Porém, no PS4 Pro, onde joguei, há um problema nessa segunda campanha que faz com que o jogo pause por um segundo sempre que seu personagem é atacado, ou toma outras ações que afetam a vida, como pulo duplo. Isso deixa o gameplay travado e irritante.

Você também pode ir atrás do final “bom”, o que envolve algumas ações extremamente obtusas como deletar seu save e resetar o jogo (algo que até onde sei, não era feito desde o X-Men de Mega Drive).

Sinceramente, eu me pergunto como diabos alguém descobriu esse final. A coisa é tão absurda que eu não consigo entender como chegaram lá.

Sim, existe um argumento em favor de ser misterioso, mas Gleamlight leva isso a um nível ridículo. E tudo isso, especialmente a segunda campanha “ao contrário” parece só existir para inflar artificialmente a duração de um jogo extremamente curto.

E ser curto não é um problema. Você deve se lembrar, por exemplo, que eu gostei de Bleed. Mas Gleamlight simplesmente não tem qualidade para entreter suficientemente, nem mesmo na sua primeira campanha. Que dirá numa segunda ou terceira?