No DELFOS, a gente chama resenhas de games de análise, e de filmes, críticas. Como devemos chamar, então, uma resenha de um filme interativo? Bom, essa é nossa análise Bloodshore. Ou, se preferir, bem-vindo à nossa crítica Bloodshore.

ANÁLISE BLOODSHORE

Bloodshore é um filme interativo que sai hoje para os videogames da geração passada e computadores. E ele não poderia sair em um momento mais apropriado, já que pega carona na onda dos battle royales revivida recentemente pelo Round 6 do Netflix.

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Bloodshore se passa durante uma temporada do programa de TV KILL/stream. Neste programa, 50 voluntários ficam presos em uma ilha, e devem se matar. Quem sobreviver, leva uma grana preta. E, talvez mais importante, fama.

Bloodshore é bem moderninho. Não só pela temática battle royale, mas também pelo fato de que quase todos os seus personagens são celebridades digitais. Tem influencerspro players, etc. E o personagem do jogador, que é um ator infantil que desde então viu sua carreira em declínio.

ANÁLISE BLOODSHORE: NETFLIX INTERATIVO

Mais do que os jogos da TelltaleBloodshore é literalmente uma história interativa. O filme vai rolando e, quando o protagonista Nick precisa tomar uma decisão, aparecem dois botõezinhos na tela.

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Clique no que deseja fazer e viva com os resultados. Literalmente, porque, até onde posso perceber, o “jogo” não salva. Quando eu cliquei em “continuar” na tela título, ele voltou do início do filme. Talvez ele salve em intervalos longos, mas depois de ter perdido um bom tempo de progresso, eu resolvi jogar inteiro de uma vez. E ele dura o tempo mais ou menos o tempo de um filme mesmo, então não é muito difícil fazer isso.

FILME B FTW!

Bloodshore é um filme B de cabo a rabo. Tem horas que o humor e a temática parecem puxar para esse lado intencionalmente. Em outras, parece ser um reflexo do baixo orçamento. A questão é que é tudo meio granulado, os atores são muito ruins e a violência é totalmente tosca. Só que eu não digo nada disso negativamente. Eu gosto de filmes B.

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A violência é muito tosca.

A verdade é que ninguém espera quase nada desses games em live-action. Embora eu goste muito da temática battle royale, eu admito que também não esperava muito de Bloodshore. Mas o fato é que ele me divertiu durante quase toda sua duração. Mas daí ele terminou.

UM FINAL AGRESSIVAMENTE RUIM

Eu tentei fazer com que o meu Nick fosse um sujeito bacana o tempo todo e, por um bom tempo, isso deu certo. Mas daí, do nada, uma decisão que eu fiz na metade do filme teve uma consequência inesperada e a história simplesmente acabou. Do nada. E pior, eu acho que todo mundo vai fazer a mesma coisa naquela parte.

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Um minuto antes de acabar, todas as estatísticas estavam acima dos 90%. E assim que elas ficaram no final.

Claro, deve existir uma porrada de outros finais. Depois dos créditos, o jogo me contou que eu assisti a 56 das 294 cenas disponíveis. A questão é que minhas decisões fizeram com que a história fosse totalmente desenvolvida. Rolou arco dramático e tudo mais que você espera de um roteiro normal. Foi só o final que foi um enorme cocozão verde. E mais grave é que ele rolou não por causa de uma decisão que eu tomei no final em si, mas muito tempo antes. Isso simplesmente não se faz.

Não tenho problemas em Bloodshore querer acabar daquele jeito, mas se um final estará no jogo/filme, ele deve ser suficientemente satisfatório. Especialmente porque são poucas as pessoas que vão assistir a tudo várias vezes. Talvez eu até jogue uma segunda, mas uma terceira provavelmente nunca vai acontecer.

Então Bloodshore é um daqueles casos de um entretenimento tosco que até funciona enquanto rola. Mas, para mim, foi muito azedado pelo final terrível que eu alcancei.