Sabe uma coisa estranha que aconteceu comigo? Eu estava jogando para fazer esta análise Adventures of Pip, crente que o jogo estava para sair. Daí, quando fui pegar as informações para a ficha técnica, vi que ele já saiu para tudo que é plataforma. Em 2015! Até no Wii U ele saiu. De qualquer forma, a versão de Switch, que vou analisar aqui, é nova, então se você ainda não jogou, eis sua oportunidade.
ANÁLISE ADVENTURES OF PIP
Adventures of Pip é um jogo de plataforma 2D em fases, mas recheado de upgrades. Em especial, você começa como um simpático quadrado e, ao longo da história, ganha novas evoluções. Mais especificamente 8 e 16 bit.
Cada forma tem poderes e habilidades diferentes. O quadrado plana e é leve. O 8 bit faz wall jump. O 16 tem uma espada e é pesado. Assim, o foco do gameplay tem muito de Carrion (ou talvez seja mais justo dizer que Carrion tem muito de Adventures of Pip, dada a idade deste jogo). Ou seja, evoluir não é necessariamente um upgrade. É necessário alternar entre todas as formas para avançar.
Assim, você pode devoluir a qualquer momento segurando um botão. Para evoluir de volta, no entanto, é necessário matar um tipo de inimigo específico, que brilha em azul. E aí está a genialidade de Adventures of Pip. Como um jogo linear, sempre há inimigos azuis quando é necessário evoluir, sem precisar voltar.
A sua forma é mantida sempre que você muda de fase, e eu fiquei sinceramente impressionado com o fato de que, quando a fase seguinte exige evoluir, sempre tem um inimigo azul ali. É tudo feito com o maior cuidado e carinho, como um bom plataforma 2D deve ser.
CONTINUE A NADAR, CONTINUE A NADAR
Sabe como as fases de água são tradicionalmente as mais chatas em jogos de plataforma? Pois Adventures of Pip consegue desvirtuar isso. Devo dizer que, embora tenha me divertido, ele não me empolgou muito. A não ser, justamente, na fase da água.
A mecânica das transformações foi usada de forma bem criativa. Só a versão 8 bit é capaz de nadar. O quadrado flutua e o 16 bit afunda. Assim, o jogo consegue apresentar uma jogabilidade única em um tipo de fase que existe desde o início dos anos 80.
Também há chefes que, embora não tenham um design tão legal, são batalhas mecanicamente interessantes. Em geral, você precisa descobrir com qual forma deve fazer seus ataques, e com quais deve desviar.
AUDIOVISUAL
O audiovisual, por outro lado, me deixou dividido. O design de Pip é excelente, representando muito bem a cara de um protagonista no Atari, no Nintendinho e no Super NES. E convenhamos, deixar um quadrado simpático não é fácil, e a galera da Tic Toc Games conseguiu a façanha.
Porém, os cenários e as fases têm um visual bastante primário. Eu esperava que o jogo fosse ficando com um visual mais elaborado conforme você avança, mas isso nunca acontece.
Também é um pouco cansativo que cada mundo tenha tantas fases (oito). Eu entendo o motivo. Cada novo mundo exige novas artes, então o custo é mais eficiente fazendo várias fases e poucos mundos. Porém, para jogar, isso não é tão legal, pois você vai cansar de cada cenário antes de mudar para o seguinte.
Já as músicas são boas, mas não trazem aquela diversão cantarolável tradicional do gênero. Elas acabam sendo mais músicas ambiente, o que contribuem para o jogo parecer nunca decolar.
Adventures of Pip é um jogo divertido e bonitinho, com um level design bem bacana. Não passa perto dos melhores do gênero, mas é capaz de render uma ou duas tardes de diversão para fãs de plataforma.