Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros

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Lembro-me que quando ouvi falar desse filme pela primeira vez, pensei comigo mesmo: “Santa Tartaruga, mas que ideia imbecil!”. Achava que um filme chamado Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros simplesmente não podia dar certo. E também fiquei imaginando como seriam as versões brasileiras. Tipo: Juscelino Kubitschek: Exterminador de Zumbis ou Getúlio Vargas: Matador de Coisa-Ruim. Se bem que esses aí eu veria fácil.

Os trailers, que eu assisti toda maldita vez que fui ao cinema este ano, não ajudaram a melhorar essa impressão de que vinha tranqueira por aí. Pois bem, fico feliz em anunciar que eu estava enganado. O filme não é a grande porcaria que eu imaginava e estava esperando, é apenas muito fraco. Já é um lucro, né?

O título já diz tudo, caro delfonauta. Temos aqui Abraham Lincoln antes (e durante também) da cartola, da abolição da escravatura e da Guerra Civil. Antes de tudo isso, antes mesmo da presidência e de sua fatídica ida ao teatro, ele era apenas Abe Lincoln, um caçador de vampiros com vingança no coração e um machado afiado. E só.

A história é uma bobagem cheia de buracos (quer dizer que um vampiro não pode matar outro, mas brigar com outro até a beira da morte tá liberado?), a ação é genérica e picotada demais pela edição, o que torna difícil de entender o que está acontecendo em diversos momentos, e os personagens não têm carisma. O grande vilão então, demora a aparecer, não faz nada de especial e se despede de uma forma bem besta.

O pior é que este longa tem pedigree, e se dependesse só disso, poderia ser bem legal. Veja só: é dirigido por Timur Bekmambetov, do bacana O Procurado. Foi escrito por Seth Grahame-Smith, autor de Orgulho e Preconceito e Zumbis, adaptado de seu próprio romance. E para completar, um dos produtores é o Tim Burton (esse dispensa apresentações).

Mas só bons nomes nos créditos não salvam nenhuma produção, e esse foi o caso com este exemplar aqui. Ok, o filme é genérico e bastante morno. Até sua metade, eu o estava considerando um filme nada e pensando em lhe dar uma nota entre 2 e 2,5. Mas quando a história avança nos anos e entra todo o contexto histórico, a narrativa trava demais e fica bem chata. Deu o maior sono. Por isso a queda brusca no número de Alfredos.

Sem contar que, não me importa quanto protetor solar eles usem, vampiros jamais devem sair por aí à luz do dia. Isso vai contra todas as minhas crenças. E boa parte de um filme de vampiros se passar durante o dia é simplesmente errado. Bom, admito que poderia ser pior. Eles poderiam brilhar à luz do Sol.

Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros é uma ideia estapafúrdia que poderia ao menos render um divertido filme B se todos os nomes de peso envolvidos estivessem a fim de se esforçar um pouco. Do jeito que ficou, parece que todo mundo ali estava no piloto automático, não dando a mínima para o resultado final. Sendo assim, fuja dele como os vampiros fogem da luz do Sol. Ou como deveriam fugir, godammit!