Eu adoro metalinguagem. E Abraços Partidos está cheio disso. Ok, posso até estar errado, já que Pedro Almodóvar está fora da minha área de expertise, mas de fato parece que este filme fala da própria obra do diretor.
E aproveitando a metalinguagem, o delfonauta dedicado já sabe o que vem no segundo parágrafo de uma resenha delfiana: a sinopse, claro. Harry Caine (Lluís Homar) era um diretor e roteirista famoso. Porém, após ficar cego, virou apenas roteirista. O filme começa quando ele fica sabendo da morte do empresário Ernesto Martel (José Luis Gómez). Pouco depois, ele é procurado por um jovem diretor chamado Raio-X. Logo, ele descobre que tudo está relacionado e a história dá um flashback que vai explicar tudo e que coloca a Penélope Cruz mais uma vez no meio de um triângulo amoroso.
O trunfo do filme está nos personagens divertidos e caricaturais e, por mais estranho que pareça, ao seu próprio idioma. Tem vários momentos em que é simplesmente impossível não rir, como quando o sujeito diz que o filho é um “maricón” ou quando o outro diz “nada de mamadas”, se referindo à felação de uma vampira no seu namorado (!), em uma clara tiração de sarro com Crepúsculo.
A narrativa também ajuda a manter o interesse, pois não dá para não ficar curioso para descobrir a relação passada desses personagens. E o filme dentro do filme é simplesmente espetacular de tão kitsch.
No final das contas, temos aqui um longa engraçado, divertido e muito bem dirigido. Vale o ingresso, sem dúvida.
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