Cuidado, este texto está recheado de spoilers. Se você não leu o livro, recomendamos que leia ele antes. O intuito desse texto é relembrar os melhores momentos do livro, afinal se você é um nerd que se preza, já deve ter lido esse livro pelo menos uma vez na vida.
Bom, o delfonauta deve ter acabado de ler a resenha de O Restaurante no Fim do Universo. Eu sei que esse foi um ótimo livro e que você deve estar esperando ansiosamente para ler a terceira parte. Então aqui estou para falar de A Vida, O Universo e Tudo Mais, o terceiro livro da trilogia de cinco partes.
Confesso que depois dos dois primeiros livros, fiquei extremamente curioso para continuar lendo a saga dessa turminha da pesada. O ritmo das aventuras só aumenta e eu queria saber como Arthur Dent e Ford Prefect iriam escapar da Terra pré-histórica. Queria saber quais seriam as loucuras de Zaphod e Trillian. Queria saber tudo. E Douglas Adams não me decepcionou.
A Vida, o Universo e Tudo Mais, na minha humilde opinião, é o livro mais sombrio da saga até agora. Mas calma, ele é sombrio bem no estilo de Douglas Adams, o que acaba ficando muito divertido e até mesmo reflexivo. O delfonauta vai entender durante a resenha, o porquê de eu ter falado que esse volume é sombrio.
Mas enfim, vamos ao que interessa: a história começa cinco anos depois do final de O Restaurante no Fim do Universo. Arthur e Ford não estão mais juntos. Cada um foi viver a sua vida na pré-história. Mas como já é comum na saga, um evento para lá de improvável acontece e eles se reencontram.
Como Adams gosta de brincar com o improvável, nossos amigos conseguem sair da pré-história através de um sofá (sim, aquele ser inanimado que você senta para assistir TV). Eles vão parar no planeta Terra atual, no meio de um jogo de críquete. A partida é interrompida por um ataque de robôs que aparecem do nada. É nessa parte que o livro me parece meio sombrio. O autor narra o massacre do povo da Terra por esses robôs loucos. Temos violência em toda a saga, é verdade, mas contada desse jeito, é a primeira vez. Mas enfim, vindo do Douglas, podemos esperar tudo, a qualquer momento.
E é aí que aparece o estranho Slartibartfast (vai dizer que esse nome não é mais difícil de pronunciar do que o do nosso amigo Rodrigo Pscheidt). Quem já leu os dois primeiros livros, sabe que o cara de nome difícil tem como profissão construir planetas. Ele é inclusive, o responsável pela Noruega. Profissão legal, né?
Mas então, o nosso amigo arquiteto veio com uma missão muito especial: salvar o universo. E para isso, ele precisa da ajuda dos dois seres para quem eu nunca pediria ajuda: Arthur Dent e Ford Prefect.
Mas aí você pergunta: eles têm que salvar o universo do quê? Do povo de Krikkit, uma raça que foi aprisionada nos confins do universo, tudo porque foram considerados uma turminha barra pesada. E de fato são, pois o objetivo deles era eliminar qualquer coisa que não fosse um Krikkit, inclusive você, delfonauta.
Eles foram trancados em seu próprio planeta. Trancaram e jogaram a chave fora. E como precaução nunca é demais, dividiram a chave em cinco partes e espalharam pelo universo. E a missão daqueles robôs que citei acima é a de achar todas as partes e libertar a raça Krikkit. Alías, qualquer semelhança entre o nome da raça Krikkit e o nome do jogo críquete, não é mera coincidência. Mas você vai ter que ler o livro para saber. ^-^
Enfim, os três partem para altas aventuras no Propulsor Bistromático, uma nave muito parecida com um restaurante. É a bordo dessa nave que conhecemos uma das ideias mais legais de Adams: o POP.
Acredito que não exista melhor definição de POP do que a do próprio autor, então aqui vai ela: “Um POP é alguma coisa que não podemos ver, ou não vemos, ou nosso cérebro não nos deixa ver porque pensamos que é um problema de outra pessoa. É isso que POP quer dizer: Problema de Outra Pessoa. O cérebro simplesmente o apaga, como um ponto cego. Se você olhar diretamente para ele, não verá nada, a menos que saiba exatamente o que é”. Entendeu? POP é simplesmente a nossa capacidade de não dar a mínima. E aí se levarmos o conceito de POP para o mundo real, a coisa fica feia. Na verdade, ela fica bem real, pois o ser humano realmente tem essa capacidade de não ligar muito para os problemas dos outros. Mas estou aqui para falar do livro. Se eu desligar o meu POP, isso aqui vira um desabafo e não uma resenha. Então POP ligado ao máximo até o fim do texto.
Durante a aventura doida dos nossos amigos, eles acabam reencontrando Zaphod e Trilian. Depois, ainda têm um encontro com um edifício voador, onde rola uma balada eterna. Para você ter ideia do potencial dessa balada, Thor, o Deus do Trovão, está lá e até tentou pegar a Trilian, mas o Arthur Dent não deixou e até chamou o Deus Nórdico para o pau. Mas eu não vou contar o resultado dessa briga aqui não.
E se você é um daqueles que sonham em aprender a voar, A Vida, O Universo e Tudo Mais é o livro mais indispensável que se tem notícia. Adams ensina como o ser humano pode voar. Mas já aviso: é um procedimento difícil e eu não recomendo. Fiquei cinco dias afastado do DELFOS por conta disso.
No fim, o terceiro livro dessa saga, além de nos proporcionar boas risadas, é um livro que faz a gente pensar muito no mundo em que vivemos hoje. As suas críticas contra a sociedade são válidas até hoje.
Leitura obrigatória, mesmo porque, se você chegou até esse livro, significa que já está na metade da saga. E parar na metade não tem graça em um livro e nem em outras coisas da vida. Não concorda?
Leia também:
– O Guia do Mochileiro das Galáxias: O início da trilogia!
– O Restaurante no Fim do Universo: Segunda Parte!
– Praticamente Inofensiva: A quinta e última parte da trilogia.
– Aproveite e compre aqui a coleção completa do Mochileiro das Galáxias por um precinho camarada.