A Mente Que Mente

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Já falei algumas vezes por aqui como a maior parte das cabines são de filmes genéricos. Muitas vezes, a gente vai sem nem lembrar direito o nome. Esse era um dos casos. Eu até me lembrava do nome em inglês, The Great Buck Howard, mas quando cheguei ao oráculo e me deparei com o título nacional, fui obrigado a bater a cabeça na mesa 616 vezes até aceitar que a distribuidora faria isso com seu próprio produto.

Seja como for, A Mente Que Mente não é ruim assim. Aliás, ele começa muito bem, contando a história de um moleque que, desde piá, sabia que seria advogado para atender à vontade do pai. Durante a faculdade, no entanto, ele percebe que está infeliz (naquilo que eu costumo chamar de “o início da vida adulta” ou de “fim da vontade de viver”) e resolve tentar outra coisa. Essa outra coisa seria servir de road manager para o mágico Buck Howard, que foi muito grande no passado e hoje apenas sonha em recuperar o status de outrora.

O personagem Buck é o grande destaque, em parte por ele ser muito divertido e tridimensional e em parte pela atuação no ponto do John Malkovich, aquele que o Spike Jonze e o Charlie Kaufman queriam ser. Sem exagero, Buck leva o filme nas costas.

O protagonista Troy, interpretado por Colin Hanks, também é legal e é aquele tipo de personagem que serve para nos identificarmos. Claro que estou tentando ignorar aqui o fato de ele ser filho do Tom Hanks e que isso aqui tem todo o jeito de que o papai (produtor do longa) chegou no diretor Sean McGinly e disse “eu banco seu filme, mas você dá o papel principal para o meu pimpolho”. Nepotismo não é trüe!

Como já falei aqui, sou um grande fã de mágica e este é um filme basicamente centrado no declínio de um mágico. Dessa forma, são muitas as pessoas que perguntam para Troy como ele faz os truques e a resposta invariavelmente é “não sei. Pelo que sei, são reais”. Uma vez que no cinema estadunidense, as coisas precisam estar sempre explicadinhas, achei bem legal que esse clima de fantasia se mantém até o final da projeção. A última cena, em especial, faz isso de forma muito fofa.

No final das contas, gostei de ter assistido A Mente Que Mente. Tenho certeza que mal vou me lembrar desse filme – ou mesmo de ter escrito esta resenha – daqui a alguns anos, mas quem sabe isso não é só mais um truque do grande Buck Howard? ^^

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