A Colheita do Mal

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Ano passado, fizemos um especialzão para comemorar a data 6/6/6 que, é claro, acabou se fundindo às matérias destinadas a homenagear o tremendão Damien. Pois veja só, quase um ano depois, esse mesmo especial continua tendo relevância para um novo longa, já que se trata basicamente de mais um remake de A Profecia.

Saca só a sinopse: Hilary Swank (de Karate Kid 4) é basicamente um Padre Quevedo estadunidense. A guria vai viajando pelo país com a missão de dar explicações científicas para o que as pessoas considerariam fenômenos paranormais. Ou melhor, milagres. Pois a mina (que já foi até um cara em Meninos Não Choram) está para encarar seu caso mais difícil ao ser chamada a uma pequena cidade que, aparentemente, está recebendo as mesmas dez pragas que Deus mandou para o Egito no Antigo Testamento.

Ao que tudo indica, a culpada é uma fofa garotinha (Anasophia Robb, de Ponte Para Terabítia, aqui aparentemente bem mais nova) que, dizem, é a filha de Satã (Hail!). Nossa querida Hilary, é claro, não acredita que o diabão teria uma filhota tão inocente e se dedica a procurar por algum motivo para as pragas estarem acontecendo antes que os carolas da cidade lixem a menina. Mas será que ela realmente deveria fazer isso?

Apesar da semelhança com A Profecia, este sem dúvida é um filme de predicados próprios. Particularmente, gostei bastante das cores. Também acredito que nunca um filme de terror teve tantos efeitos especiais como este aqui (e olha que me refiro a explosões, nuvens de gafanhotos e muitas outras coisas legais, dignas de qualquer Testosterona Total da vida). Claro, isso por si só não torna nenhum longa bom, e quanto à história, A Colheita do Mal poderia ter sido bem melhor desenvolvido. A falta de criatividade na premissa poderia ser compensada por um roteiro tremendão, mas não é o que acontece, já que tudo aqui é bem básico. Não é ruim, apenas básico, mas todos os que se interessam pelo gênero já viram tudo que está aqui antes. E melhor.

De destaque, colocaria apenas o momento onde a personagem de Hilary explica cientificamente todas as dez pragas do Egito. Pena que ela fala tudo tão rápido que deixa meio difícil de você acompanhar e relacionar tudo, a não ser que você já saiba todas elas de cor.

Esse é o tipo de cabine que o Rezek deveria ter pegado, caso não tivesse se tornado um sério advogado: engravatado e o pior, adulto. Contudo, se ele ainda fosse aquele comentarista natimorto cheio das piadas infames das quais tanto gostamos, ele possivelmente daria pelo menos um 4,5 para esse filme. Eu, por outro lado, não sou tão bonzinho e acredito que um três está de bom tamanho para o que A Colheita do Mal oferece.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
a-colheita-do-malPaís: EUA<br> Ano: 2007<br> Gênero: Terror<br> Roteiro: Caren W. Heyes e Chad Heyes<br> Produtor: Joel Silver, Robert Zemeckis, Susan Downey e Herbert W. Gains.<br> Diretor: Stephen Hopkins<br> Distribuidor: Warner<br>