Pelos 12 trabalhos de Hércules! Fui enganado! Calma, amigo delfonauta, você não começou a ler essa resenha pela segunda parte (quer dizer, eu acho). Eu explico o motivo da frase que abre essa resenha. Mas só o farei lá na frente, pois estou sem inspiração, motivo pelo qual vou enrolar este parágrafo inteiro só para aqueles que batem um olho sem ler acharem que esta crítica é maior do que ela realmente é. Aliás, acabei de ter uma idéia: para enrolar ainda mais, vou deixar duas linhas em branco antes de começar a falar sobre o filme.
Ainda aqui? Puxa, é bom saber que o público do DELFOS é tão fiel a ponto de continuar lendo uma resenha que não fala nada até o segundo parágrafo. A Chave Mestra é mais ou menos assim, com a diferença que enrola o espectador por muito mais tempo do que o que se leva para ler um único parágrafo. Mas não é esse o motivo pelo qual me senti enganado. Esse motivo você só vai conhecer se continuar lendo. Então chega de enrolação que eu tenho mais o que fazer do que ficar escrevendo um monte de coisa sem sentido. Vamos lá.
Desde que ouvi falar deste filme, estou muito ansioso para assisti-lo. Nada sabia dele, a não ser o título, mas isso foi o suficiente para atiçar minha curiosidade, já que, para mim, Skeleton Key é uma chave que você pode encontrar durante jogos de RPG que abre todas as portas do jogo. Admito que não sei se Skeleton Key (literalmente – chave esqueleto) realmente é o equivalente na língua de Shakespeare para Chave Mestra. Sim, faz todo o sentido, mas eu sinceramente nem me importo em descobrir. 😉
É exatamente por isso que me senti enganado (olha só, minhas resenhas, assim como filmes de terror, também têm revelações). O filme não tem nada de RPG e a tal Chave Mestra quase não aparece e mal tem importância para a história. Na verdade, trata-se de um filme de terror, o que já basta para meter medo em qualquer pessoa que tenha assistido algum representante recente do gênero (por exemplo, Amaldiçoados, cuja resenha foi meu debut em texto no DELFOS). E não me refiro àquele medo positivo, de um filme que cumpre seu propósito, mas àquele medo de bombas cinematográficas que povoam os pesadelos de todos os profissionais que trabalham com críticas de cinema.
A Chave Mestra segue tintin por tintin todos os clichês dos filmes de terror mequetrefes. Principalmente aqueles que consistem em colocar o protagonista em uma sala escura e ir gradualmente aumentando a música até culminar com o momento em que um gato passa correndo ou um outro personagem encosta em seu ombro. Na boa, se a própria música anuncia que um gato vai passar correndo, como é possível se assustar com isso?
Assim, o filme segue da forma mais mixuruca e sem graça possível. Até que chega ao final. E, cara, o final me surpreendeu por ser um bocado surpreendente e até por apresentar alguma qualidade. O povo aqui do DELFOS sempre fala que o mais importante em filmes do gênero é o desfecho. Este filme é um bom exemplo para cada um testar por si próprio a capacidade de um bom final. Já ficou provado que um “zê fini” não apropriado é capaz de estragar um filme que, até então, estava tremendão. Mas seria possível um final tremendão salvar um filme nojento de ser um desastre total? Particularmente, saí do cinema agradavelmente surpreso, mas não acho que seria um uso responsável de meus poderes de comunicador recomendar este filme para alguém, a não ser que seja um dos meus muitos inimigos (ei, quando você pensa que é um super-vilão com intenções de dominação global você acaba arranjando inimigos). De qualquer forma, se quiser tentar responder à pergunta acima, assista por sua conta e risco. E depois escreva para nós respondendo, porque eu ainda não formei minha opinião sobre isso. 😉