Nos últimos anos, tivemos muitos metroidvanias, com diferentes níveis de qualidade e complexidade. Por outro lado, não tivemos muitos jogos de ação 2D em fases. Nesta análise Bladed Fury você vai conhecer um game que casa bem os dois gêneros, gerando um resultado final excelentíssimo.
ANÁLISE BLADED FURY
Bladed Fury é um hack and slash / plataforma em 2D com belíssimos gráficos desenhados e um combate crocante e complexo na medida certa. Ele é dividido em fases, mas essas são bem mais complexas do que o tradicional “ande para a direita destruindo tudo”.
Cada fase é como um dungeon de um metroidvania tradicional. Você tem que descobrir seu caminho para os objetivos, e isso envolve ir e voltar, passando repetidas vezes por algumas áreas. Porém, uma vez que a fase seja vencida, você não volta mais para ela. Vida que segue, bola pra frente e tudo mais.
Particularmente, eu gostei muito desse tipo de level design. Ele combina muito bem o prazer da exploração com o foco na ação pura, eliminando totalmente a enrolação, frustração e gordura comuns em jogos mais abertos.
E o level design em si é muito legal. Em uma das fases, por exemplo, você deve coletar peças e ir montando o mapa da fase, abrindo caminho para as áreas que deseja acessar. A coisa realmente é impressionante de um ponto de vista criativo, mas nunca impede a ação de ser rápida e empolgante.
AÇÃO EMPOLGANTE
A protagonista é responsável por um dos combates mais legais de jogos em 2D. Tem os tradicionais golpes fracos e fortes, ataques aéreos, especiais, e até magias com cooldown.
A coisa lembra bastante um Guacamelee mais complexo. E você sabe, Guacamelee é um dos meus jogos preferidos.
Há também um grande foco na história. Embora não haja cutscenes animadas, toda a história é falada (em chinês, com legendas em inglês). Uma coisa legal é que, durante o combate, os personagens podem falar através de balõezinhos, o que lembrou bastante outro jogo que eu adoro: Comix Zone, de Mega Drive.
CHEFES E SELEÇÃO DE DIFICULDADE
Todas as fases têm chefes, várias delas mais de um. Inclusive, achei uma decisão curiosa a quantidade de inimigos com design caprichado e mecânicas intrincadas que aparecem apenas uma vez na campanha inteira. Bladed Fury realmente respeita seu tempo.
Parte disso se deve a algo que eu não via em um jogo do gênero há anos: ele tem três opções de dificuldade. No passado, eu teria escolhido a média, mas você sabe, estou de saco cheio da dificuldade exagerada dos videogames atuais. Resolvi jogar no easy, e devo dizer que, em determinados pontos da campanha, pensei que deveria ter jogado no normal.
Isso porque eu fiz a campanha inteira sem nenhuma dificuldade. Mais do que isso, eu terminei o jogo sem morrer nenhuma vez. Não só não morri como sequer precisava usar os itens de cura com frequência. Parte de mim pensa que eu provavelmente não teria me divertido mais morrendo. Outra parte questiona se o combate não ficaria mais tático e divertido se eu tivesse que administrar melhor meus recursos.
Os saves seguem o esquema metroidvania de “altares”, onde você recupera seus recursos e pode ganhar novas habilidades. E eles são relativamente distantes, o que me faz pensar que, em uma dificuldade mais alta, o jogo também pode ficar frustrante, exigindo muita repetição. Mas no easy eu não tive essa experiência.
BLADED FURY RESPEITA SEU TEMPO
Explorando bastante, e jogando com calma, eu terminei Bladed Fury em três horas. Particularmente, eu gosto de terminar um game em uma tarde, especialmente se ele for bom durante toda sua duração. Por outro lado, eu gostei o suficiente de Bladed Fury para desejar que ele durasse um pouco mais.
No final das contas, mais vale um game de três horas que diverte o tempo todo do que um de seis que entendia metade do tempo. Assim, eu recomendo Bladed Fury fortemente para fãs de um hack and slash com leves toques de exploração. Especialmente quando estiverem a fim de uma aventura que pode ser concluída em um ou dois dias.