Para mim, Doom sempre foi um jogo de terror

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Eu sempre fui um tanto fascinado por Doom. Lá em 1993, quando o primeiro saiu, ele se tornou uma sensação entre as poucas pessoas que tinham PCs. Não demorou para ele adquirir um status lendário.

Eu só fui jogá-lo apropriadamente em sua versão de 32X. Esta tinha menos fases e não tinha saves, o que tornava praticamente impossível chegar até o fim. Mas eu joguei pra caramba mesmo assim. O simples fato de ele ser em primeira pessoa pirava meu cabeção forte, e a violência explícita animava meu ego adolescente.

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Parece incrível, mas esse visual me deixava morrendo de medo.

Ao mesmo tempo, eu tinha medo do jogo. Ele era difícil, opressivo e a temática cheia de pentagramas e demônios me assustava. Jogar Doom parecia errado. E isso contribiuía para seu apelo.

DOOM TERROR

Só em 2004, depois de um bom tempo no inferno de desenvolvimento, Doom 3 saiu. Os gráficos eram impressionantes, praticamente todo mundo precisava de um computador novo para conseguir rodá-lo no lançamento. Um desses sortudos foi o colega Bruno Sanchez, que resenhou o jogo lá nos primórdios desse site.

Doom 3 era um jogo de terror altamente roteirizado, com uma atmosfera milimetricamente planejada para causar medo e ansiedade. E, para mim, pareceu uma sequência digna dos originais. Não, eu não senti que ele mudou de gênero. Eu tinha medo de Doom 1Doom 2, e continuei tendo medo de Doom 3. Eu senti que a atmosfera cuidadosamente criada foi resultado de um salto de gerações. Afinal, os games tinham evoluído muito desde 1994, quando saiu Doom 2.

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O design dos monstros em Doom 3 visava causar medo.

Assim, durante todo o inferno de desenvolvimento de Doom (2016), eu sinceramente esperava que ele fosse ser um jogo de terror. Obviamente, agora sabemos que este não é o caso. Jogando hoje, é possível perceber que Doom (2016) é muito mais parecido com os dois primeiros do que com Doom 3. O combate é rápido e frenético. O design dos demônios tem a clara intenção de ser badass, não assustador. Até as chaves e o vai e vem das fases estão de volta, ainda que ele seja mais linear e user friendly do que os originais.

Ainda assim, ele me surpreendeu bem mais do que Doom 3. Para mim, Doom 3 é uma versão adulta do que eu sentia ao jogar o Doom original no 32X. Doom (2016), embora seja mecanicamente mais próximo dos clássicos, me dá a sensação de ser um jogo totalmente diferente.

Doom Eternal, que sai hoje, mantém o combate frenético do jogo de 2016, mas melhora praticamente tudo que eu gostaria que ele melhorasse. Eu estou com o jogo há alguns dias, mas ainda não estou pronto para uma análise completa. Esta deve sair semana que vem, então mantenha-se delfonado, e vá matar alguns demônios.