Se surpreender com um álbum é uma coisa bastante legal, ainda mais quando se trata de uma banda do nosso país. Para quem não conhece, o Veuliah foi formado em Salvador lá em 1996, porém seu disco de estreia saiu apenas em 2005. Chaotic Genesis é o segundo álbum dos caras e ouvi-lo é uma experiência única.
Embora seja classificado como uma banda de melodic death metal, a sonoridade do grupo está muito mais próxima de bandas do “black metal atmosférico”, não devendo em nada para os grandes mestres do estilo, como os austríacos do Summoning.
Este álbum é difícil de colocar em palavras. Os caras arriscaram um pouco, criando melodias extremamente complexas que mudam de frenéticas para calmas a toda hora. Estas mudanças, porém, são executadas tão bem que parece que tudo foi perfeitamente calculado.
Toda esta complexidade musical, com destaque para a sensacional coordenação da bateria de Thiago Nogueira e do baixo de Márcio Medeiros, aliada aos soberbos e constantes teclados de Luciano Veiga e uma produção impecável, cria uma ambientação que faz o ouvinte “viajar” durante as músicas. É fácil você se pegar parado sem fazer mais nada, apenas se imaginando em alguma floresta à noite, caminhando ao som das melodias.
Porém, quando você está embalado em seu passeio musical noturno, os solos de Ricardo Sanct e Julio Gouvêa te atingem como uma tempestade inesperada, lembrando que este é um disco de metal e não a trilha sonora de um filme. Já o vocalista Fabio Gouvêa tem uma facilidade incrível para alternar entre vocais graves e rasgados, como um raio que corta os céus.
Destacar uma faixa específica deste álbum também é muito difícil. Isto porque Chaotic Genesis é um daqueles raros álbuns com faixas muito boas que ficam melhores se você ouvir o CD do começo ao fim, e isto é muito legal. Às vezes, inclusive, parece que o disco todo é uma única canção. Mesmo assim, duas faixas me chamaram bastante a atenção: a excelente canção de encerramento Ressurection e a maravilhosa Dark Heart, que expressa bem toda a atmosfera do disco.
Se você nunca ouviu nenhuma banda de metal atmosférico, talvez possa estranhar esta minha resenha dizendo que este é um álbum para viajar quando se ouve. Isto realmente é uma coisa que não se descreve em palavras, apenas se sente. Mas se você puder colocar as mãos (e os ouvidos) nesta nova e brilhante pérola do metal nacional, com certeza entenderá, e sentirá, o que estou falando. E se você já for familiarizado com o gênero, com certeza vale a pena correr atrás deste ótimo disco e desfrutar de toda a mágica atmosfera que ele cria.