Leia também:
– Homem de Ferro: a resenha do primeiro filme.
– Tremendões Tony Stark: vai dizer que você não queria ser igual a ele?
Ah, as cabines terrroristas. Admito que a Paramount não é disso e, mesmo tendo sempre alguns dos maiores filmes do ano, eles costumam ser bem tranquilos. Justamente por isso, me assustei ao ver como seria essa. Chegou por e-mail o convite com data e horário (sem local) e um link para confirmar presença.
Clicando lá, abria uma página secreta cheia de pirâmides com olhos e outros símbolos conspiratórios onde eles pediam meus dados. “Ôxi, mas a Paramount já tem meus dados”, pensei com meus botões, enquanto preenchia os campos, me perguntando para quem realmente esses dados iriam. Ao apertar “enviar”, aparecia o local da sessão e uma senha, além da mensagem que o nome e essa senha serão conferidas no dia. “Cacildis”, filosofei.
Para garantir que não teria minha entrada bloqueada como se fosse um bicão, imprimi tudo e levei comigo. Não que isso garantisse alguma coisa, como bem sabemos.
Porém, chegando lá, não tinha filas, fui saudado na maior simpatia, meu nome estava na lista, prossegui para a chapelaria para deixar meu iPod e celular (prática comum em qualquer sessão de filme grande) e terminei pegando meus pães de queijo de cortesia. Só fui encontrar a assessora padrão da Paramount (a que eu conhecia das outras cabines) na entrada da sala. Admito que fiquei impressionado com quão light e organizado tudo foi. Mas, ei, essa é a grande diferença entre um evento organizado por profissionais e um com as mãos gosmentas da Cinnamon, certo?
MAS E O FILME?
Ei, você está no DELFOS. Parte da graça de ler nossas resenhas é saber dos bastidores, certo? Mas finalmente chegamos ao que realmente importa. O filme Homem de Ferro 2.
Após revelar ao mundo sua identidade super-heroística, Tony Stark se tornou ainda mais celebridade do que antes. Ao mesmo tempo, no entanto, o governo estadunidense está pressionando o sujeito para que ele forneça armaduras semelhantes ao exército.
Isso é o básico. A melhor forma de definir o restante do filme é “mais do mesmo”. Isso significa que tudo que o primeiro filme tinha de bom está de volta. E o pouco que ele tinha de ruim, também. Comecemos pelo lado positivo e um intertítulo com a criatividade massiva de sempre.
O LADO POSITIVO
Homem de Ferro 2 é divertido pra caramba. Mais do que isso, aliás, ele é engraçado pra caramba. Muito mais engraçado do que muito filmeco que se diz comédia por aí.
E alguém consegue pensar em alguma forma de Tony Stark ser mais legal? Caramba, cada uma das frases que saem da boca do sujeito são absolutamente geniais. Tudo bem que, em determinado ponto do filme, ele decide imitar Bruce Wayne e vira emo, mas quando ele é o Tony Stark que conhecemos, não dá para não querer ser o sujeito.
Isso é ainda mais maximizado pela ótima interpretação do Robert Downey Jr. Admito que, até uns poucos anos atrás, não ia muito com a cara do sujeito, mas desde o primeiro Homem de Ferro, percebi que ele é um comediante nato e está quase no nível do Leslie Nielsen. Você sabe, aquele tipo de humorista que faz você rir só de olhar para a cara dele.
Ah, e temos o Nick Fury, interpretado por Samuel L. Jackson. Dessa vez não só em uma ceninha depois dos créditos, cortada por pura maldade pela distribuidora nacional, mas em duas ceninhas durante o filme. Ele é outro que rouba a cena, e vê-lo contracenando com o filho do Roberto Depressivo é extremamente divertido.
Que mais? Bom, temos a Gwyneth Paltrow com seu cabelo na perfeita tonalidade de ruiva e a Scarlett Johansson com um cabelo um pouco escuro demais para o meu gosto, mas nada que comprometa a desejabilidade impregnada à moçoila. O diretor Jon Favreau também faz sua ponta, como o motorista, e faz rir em todas as suas cenas.
Para completar, temos a trilha sonora, que é a mais roqueira desde que o Schwarzenegger virou governator. Não toca War Machine, mas o AC/DC comparece com Shoot to Thrill e Highway to Hell, sem falar em outras bandas legalzudas, como o The Clash.
Parece perfeito, não? Mas agora chegamos à parte negativa. Se liga na criatividade.
A PARTE NEGATIVA
Assim como o primeiro, Homem de Ferro 2 peca na ação. Ok, temos explosões a rodo, mas todas elas estão concentradas em duas ou três cenas. Além de serem poucas, elas são curtas e, em sua maioria, não muito legais.
Na mais legal delas, temos o Homem de Ferro e o Máquina de Combate lutando contra dezenas de robôs. E ela é realmente legal, mas dura menos de um minuto. Fica difícil não pensar que renderia mais.
Isso sem falar na luta final contra o Whiplash, que dura apenas alguns segundos. O sujeito está entre os vilões mais mal aproveitados da história do cinema (ele só luta contra o herói duas vezes, e ambas são curtas), o que é uma pena, pois seus chicotes, que parecem armas saídas de God of War III, são muito legais.
A pouca quantidade e baixa qualidade das cenas de ação não compromete o filme como um todo, que ainda é deveras divertido. Esse fato apenas o impede de alcançar a excelência à qual ele parecia destinado. Exatamente como rolou no primeiro, aliás.
ASSISTIR OU NÃO
A melhor forma de assistir a Homem de Ferro 2 é encará-lo como uma comédia de super-heróis, não como um filme de ação. Dessa forma, a porrada vem como um bônus bem-vindo, mais do que como uma oportunidade mal aproveitada. De qualquer forma, se você gostou do primeiro, não vai ter o que reclamar, já que a linha é exatamente a mesma. Homem de Ferro 2 não poderia ser mais divertido. Tá esperando o quê? Vai comprar seu ingresso.
CURIOSIDADES:
– Sim, o Stan Lee aparece.
– Sim, o escudo do Capitão América aparece, e é muito bem utilizado.
– Não, não existe cena depois dos créditos, a não ser que a Paramount tenha cortado. De novo.
– Não, o Thor não aparece. Ou pelo menos eu não o vi.
– Corta as duas curiosidades anteriores. Tem, sim, cena depois dos créditos e ela mostra o martelo do Thor. Mas a Paramount cortou isso na seção de imprensa DE NOVO e, dessa forma, me vi obrigado, DE NOVO, a cortar meio Alfredo da nota final do longa. Afinal, se eles passam um filme mutilado, não posso dar uma nota sem mutilá-la também, né? Aliás, corta isso também. Eles estão reincidindo no erro, então a punição precisa ser maior. Cortei um Alfredo e meio da nota total (sim, o filme tinha levado cinco Alfredos originalmente). E já aviso que se eles repetirem o erro no terceiro, ele leva zero! =P
– Não consigo deixar de pensar que se a Paramount organizar uma exposição de artes plásticas no Brasil, vai cortar uma parte da Mona Lisa fora.
– Diz aí se eu não sou um gênio do marketing. A regra de ouro é “conheça seu público”. Dessa forma, eu poderia ter usado qualquer outro dos pôsteres com cabeças voadoras para ilustrar esta matéria. Mas não é isso que você queria ver, certo? Pois aí está o pôster que você queria ver! =]