O livro O Código da Vinci dividiu opiniões. Há aqueles que o amam, e os que o odeiam. O filme também dividiu opiniões. Há aqueles que o consideram ruim e os que o consideram péssimo. Ainda assim, ele fez miséria com as bilheterias mundiais e ganhou uma continuação baseada em sua prequência. E essa confusão é parte do plano deles para confundir você. Fnord!
Depois de ter ferrado com a vida do papa e da igreja católica no longa anterior, o acadêmico Robert Langdon é chamado pelos seus queridos desafetos para ajudá-los a resolver seu mais novo pepino. Acontece que o papa morreu e os quatro candidatos ao trono mais prováveis foram raptados. Os seqüestradores alegam ser… rufem os tambores…
FNORD!
Os Illuminati
(tam, tam, taaaaam!)
FNORD!
Mas o pior não é nem isso. Eles planejam matar um dos cardeais a cada hora a partir das 20 em ponto e, às 23, vão explodir o Vaticano com a ajuda da antimatéria criada pelo acelerador de partículas preferido do Tio_Zé. Felizmente, Beto Lambidão topa o desafio e começa a correr contra o tempo com a ajuda da cientista Vittoria Vetra (Taí um nome deveras legal!).
O clima de aventura bem-humorada imediatamente remete a um Indiana Jones com mais investigação e menos porrada. A dupla principal vai passar por vários pontos turísticos, desvendar enigmas e estudar a história da igreja e dos Illuminati para tentar salvar os cardeais e o Vaticano.
Os problemas presentes no filme O Código da Vinci foram sanados e o que temos aqui é uma diversão pipoca muito menos pedante e bem mais sábado à tarde. Essa mudança foi muito bem-vinda e, convenhamos, não dá para não se interessar por essas coisas de conspiração, igreja e sociedades secretas fnordianas.
Uma coisa que achei curiosa é que Anjos e Demônios, o filme, é bem superior a seu antecessor. Porém, a julgar pela história, fiquei com a impressão de que, na literatura, é o contrário. Li O Código da Vinci, mas não li Anjos, porém a história do mais famoso me parece melhor e mais interessante. A parte mais divertida é que o Illuminati – a mãe de todas as sociedades secretas – é muito mais interessante que o Priorado de Sião (que, convenhamos, é bem sem sal). Mesmo assim, Dan Brown conseguiu criar algo mais intrigante com o Priorado. Vai entender.
Tecnicamente, Anjos e Demônios é um espetáculo, com uma fotografia linda e uma excelente e belíssima trilha sonora. O lado ruim é que, pela própria linguagem do cinema, que é audiovisual, algumas coisas que aparentemente eram apenas sugeridas no livro acabaram ficando claras demais no filme e, assim, algumas surpresas são reveladas antes da hora. Não é culpa do diretor, mas uma fraqueza inevitável ao se adaptar um suspense investigativo literário para película. De qualquer forma, isso não prejudica tanto a diversão.
Se você se interessa pela história, mas se decepcionou com o primeiro filme, talvez queira dar mais uma chance aos personagens de Daniel Marrom. Os livros, em si, parecem cinema, então não duvido nada que façam com Robert Langdon o que fizeram com James Bond e o personagem acabe tendo uma vida mais longa na sétima arte do que na literatura. E, se conseguirem evoluir tanto quanto do anterior para esse, até torço para isso acontecer.
Curiosidades:
– O que aconteceu com as perebas do Ewan McGregor? Fiquei o filme inteiro achando que era só um ator parecido com ele, já que a forma que sempre usei para identificá-lo é justamente essa. Acho que isso é um dos sinais do apocalipse. Daqui a pouco veremos o Lemmy sem verrugas.
– Existe um filme brasileiro de 1970 chamado Anjos e Demônios. Duvida? Clica aqui então.
– Durante toda a projeção, fiquei tentando lembrar sem sucesso de onde conhecia o ator Cosimo Fusco. Só depois de uma visita ao IMDB, me toquei que ele foi o Paolo, o italiano cafajeste que fez miséria com a Rachel, em Friends. Como agora ele virou padre, parece que, desde então, o cara encontrou Jesus. ^^
– E aí, quem vai ser o primeiro a sacar a referência da chamada de capa? “Illuminati! You’ve come to take control!”?