Esse é mais um daqueles casos de CDs que chegam aqui no Oráculo e que ninguém conhece a banda. O release prometia a maior revelação do Metal nos últimos anos, com uma mistura de Thrash e Metal moderno. Como já aprendemos antes, devemos sempre desconfiar de releases. Principalmente quando eles prometem demais.
Previsivelmente, o Trivium está muito longe de ser a banda de Metal que a gente vai ter orgulho de dizer para os bisnetos que vimos surgir. Mas também está longe de ser ruim. Trata-se de um quase Thrash, mas sem a macheza suficiente para ir até o fim. Não espere aqui algo tão pesado (nem tão legal) quanto o Exodus, por exemplo.
Na verdade a banda faz coisas típicas de Thrash, como a bateria acelerada, os riffs tremendões e o vocal gritado, sem chegar ao peso característico do estilo. Podemos classificar o som dos caras como um Thrash Light. Particularmente, em matéria de Thrash, sou muito mais o estilo mais pesado e divertido do Exodus ou o lado mais técnico e virtuoso do Annihilator. O Trivium não nos apresenta nenhum dos dois.
O CD tem 13 músicas, que seguem uma boa regularidade, sem grandes saltos ou quedas de qualidade. A que eu mais gostei é Anthem (We Are The Fire), que lembra o estilão antigo do Grave Digger. Tem até uma parte bem humorada lá no final da música, com uns ô-ô-ô e uns iê-iê-iê que são bem divertidos. Se a banda explorasse mais essa linha, sem dúvida seu disquinho ganharia alguns Alfredinhos extras.
Da forma que está, contudo, é difícil considerar o CD algo além de “genérico”. Tenho o deixado tocando enquanto trabalho nos últimos dias e virou praticamente música ambiente. Não incomoda, nem empolga, manja? Talvez seja legal para quem esteja querendo gostar de Thrash, mas ainda acha o estilo pesado demais. Headbangers mais escolados, contudo, devem preferir os clássicos do gênero. E daí podemos fazer todos juntos a “valsinha tóxica” (e levante a mão quem entender essa referência).