O Aerosmith tocou ontem em São Paulo e fez um show muuuuito abaixo do esperado. Esqueça grandes clássicos do Rock como Mama Kin, Back in the Saddle ou Same Old Song and Dance. A banda fez um show focado em baladas gravadas na segunda metade dos anos 90 (todas uma atrás da outra) e tocou pouquíssimos Rocks de verdade. As poucas escolhidas, como Sweet Emotion e Walk This Way deixaram muito a dever graças a arranjos simplificados e à performance sofrível de Steven Tyler, que desafinava e errava as letras a quase todo momento.
O show começou bem, com alguns clássicos como Love in an Elevator e Toys in the Attic, mas logo a banda começou uma seqüência interminável de baladas, todas seguidas. Em meio a tantas baladas tocadas antes e depois, até a linda Dream On dá sono, sobretudo em uma noite de quinta-feira, quando boa parte dos paulistanos tem que acordar às seis da matina no dia seguinte. Depois desse meio sonolento, mais alguns poucos clássicos mais rápidos foram tocados, mas não foi o suficiente para acordar as pessoas que, como eu, esperavam por um show de Hard Rock.
Como diz a banda em Livin’ on the Edge, tem algo errado com o mundo. E isso fica bem claro quando Jaded arranca uma reação maior da platéia do que Rag Doll, que parecia ser desconhecida por boa parte dos presentes. No geral, foi um show feito sob medida para as garotas que conheceram a banda através dos clipes passados à exaustão na MTV nos anos 90, que nem se interessaram em conhecer o material anterior.
Como a maior parte do público parecia ser composto exatamente por essas garotas (nas partes que Tyler pedia para a galera cantar, só se ouviam vozes femininas), pode-se argumentar que a decisão da banda foi acertada. Mas se você é uma das exceções que esperavam por um show de Rock, mais uma vez foi deixado para trás.