Alguém Tem Que Ceder

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Sabe aqueles filmes que você não espera nada, mas acaba saindo do cinema com uma boa impressão? Esse é o caso da comédia Alguém Tem Que Ceder.

A estória é a seguinte: O empresário bem-sucedido e dono de uma gravadora de Hip Hop, Harry Sanborn (Jack Nicholson, brilhante como sempre), é um solteirão requintado de 63 anos famoso pelos seus relacionamentos amorosos curtos e sempre com mulheres muito mais jovens, as tradicionais ninfetas.

Durante o seu último relacionamento com uma garota chamada Marin (Amanda Peet), Harry acaba sofrendo um enfarte bem na hora “H” e fica de molho na casa de praia da mãe de sua namorada, a bem-sucedida escritora Erica Barry (Diane Keaton). O problema é que Erica já é uma senhora de 50 anos divorciada e amorosamente frustrada. Bom, o que acontece daí para frente, você já deve ter imaginado. E é exatamente este o tempero do filme: mostrar como se “recomeça” uma relação amorosa após os 50 anos e os conflitos que podem surgir de dois temperamentos tão diferentes. Para complicar ainda mais a situação do casal, um jovem médico, Julian Mercer (Keanu Reeves), também acaba se apaixonando pela “coroa” Erica e coloca em cheque o sentimento da escritora. Ela deve ficar com a experiência e maturidade de Harry ou a juventude e as “aventuras” de Julian?

Grande parte das situações cômicas surgem mesmo ao mostrar esse relacionamento entre duas personagens mais velhas e experientes, mas que carregam aquela euforia típica dos adolescentes quando se trata de um novo amor.

O filme também usa e abusa de um humor suave, divertido e sem apelações. A cena de sexo entre os dois personagens, por exemplo, é muito legal e não cai em nenhum momento para a baixaria (como outros filmes acabam fazendo para chamar a atenção).

O desenvolvimento da trama é bem cadenciado, apesar do filme ser longo demais. O final, em especial, é muito demorado e o destino de certos personagens, outrora importantes acaba beirando o ridículo.

Mas nada disso importa, pois o filme acaba funcionando mesmo é na química presente no relacionamento entre Keaton e Nicholson. Você não para de torcer um minuto pelo destino dos dois juntos e realmente tem a impressão que eles devem ter alguma coisa na vida real dada a intimidade e o carinho que eles acabam demonstrando na tela grande.

Uma boa comédia, com excelentes atores, que você provavelmente vai até se esquecer daqui a alguns meses, mas ideal para assistir com aquela pessoa especial.