Once Upon a Puppet é um puzzle plataforma 3D tematizado em teatro e bonecos que, em muitos aspectos, lembra Puppeteer (jogo sensacional que ficou preso lá no PS3, aliás). O gameplay, no entanto, está mais para Little Nightmares (sem o aspecto terror, claro). Por fim, a animação e a física solta têm um tanto de Sackboy. Apesar de ter começado citando vários jogos semelhantes, Once Upon a Puppet é bem sucedido em ser único. Quer saber mais? Então continue lendo, meu mais admirado leitor.

ONCE UPON A PUPPET

Once Upon a Puppet começa bem simples, e nunca fica especialmente complexo. Mas a ludocinética cresce bastante ao longo do campanha. No começo, você foca em pulos simples e em empurrar caixas, mas logo começa a se balançar, ganha pulo duplo, se arremessa usando as cordas que prendem o fantoche, etc.

Aliás, este é um aspecto bem bacana. Once Upon a Puppet conta a história de uma mãozinha e um boneco. As vicissitudes do destino fazem com que eles fiquem unidos por cordinhas mágicas. Então oficialmente você está controlando um fantoche. Seu controle principal movimenta o boneco, mas a mãozinha também tem papel importante, especialmente na parte mais ludocinética da coisa.

Na prática, são coisas que você já viu em outros jogos, mas é bacana controlar dois personagens complementares ao mesmo tempo. O visual também é extremamente bonitinho e colorido, com bonecos carismáticos e cenários altamente agradáveis. O som, por outro lado, é bem sutil, e quase não tem importância no jogo. Inclusive, apenas dois dos personagens têm dublagem, a Oráculo e a Bruxa. Todos os outros se comunicam por texto. Em parte dos diálogos mesmo esssas duas falam apenas em texto.

A LUZ ESTÁ DO MEU LADO

Once Upon a Puppet, Flatter Than Earth, Daedalic Entertainment, Delfos

O jogo quase não tem combate (um upgrade perto do final do jogo acrescenta esta opção), mas é necessário evitar inimigos. Apesar de ser um jogo mais tranquilo, é possível e provável que você morra bastante, caindo em obstáculos ou em armadilhas. Mas o foco do desafio é realmente em descobrir o que fazer para progredir. Tecnicamente o jogo não é muito bom, com sérios probblemas de performance e momentos em que o game não aceita seus próprios controles. O foco é mesmo em curtir a história, que aparece bastante, até mesmo de forma intrusiva.

Pois é, em Once Upon a Puppet há um monte de NPCs. Alguns te pedem ajuda, em pequenas sidemissions que podem ser cumpridas na mesma área. Outros apenas falam. Assim, você fica boa parte do jogo conversando com os NPCs. Como quase não há falas ou cutscenes, isso fica chato bem rápido. Do tipo “caramba, deixa eu jogar”, sabe?

Once Upon a Puppet é um jogo divertidinho e bonito de ver, mas não deve marcar ninguém. É o tipo de experiência que desce bem entre dois jogos com mais sustância, ou para quem quiser uma aventura que pode ser vencida em uma ou duas tardes. Como tal, é bastante recomendável, só não espere o melhor jogo do ano ou algo próximo a isso.

REVER GERAL
Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
review-once-upon-a-puppet-bonitinho-e-simplesDisponível: Windows, PS5, Xbox Series<br> Analisada: PS5<br> Desenvolvedora: Flatter Than Earth<br> Editora: Daedalic Entertainment<br> Lançamento: 23 de abril de 2025<br> Gênero: Puzzle Plataforma<br>