Rusty Rabbit chamou muito minha atenção por ter um protagonista coelhinho com a voz do ator japonês que faz o Kazuma em Like a Dragon. Parecia o tipo de experiência ao mesmo tempo fofinha e viril, exatamente como eu gosto.
REVIEW RUSTY RABBIT
Rusty Rabbit é um metroidvania 2.5D, bem diferente do que costumamos ver no gênero. Na verdade, ele tem muito pouco de Metroid ou de Castlevania. Também não tem quase nada do sempre onipresente Dark Souls. Se tanto, o jogo mais parecido que me vem à cabeça é Steamworld Dig 2, um metroidvania focado em cavar.
Isso porque o grosso da jogabilidade de Rusty Rabbit envolve destruir variados tipos de blocos para ganhar sucata, que pode ser vendida ou usada para crafting.
PORRADA E CRAFTING
Ao longo da aventura, você acumula quatro tipos de armas, selecionadas com o direcional digital. Embora elas sirvam para combate e tenham estatísticas únicas, a principal diferença entre elas é o tipo de caminho que elas abrem.
Falando assim pode não parecer tão legal, mas acredite, é uma delícia perfurar uma fileira de blocos e ver os avisos de XP voando. Toda fase termina com várias telas repletas de blocos, e destruir todos é um dos grandes prazeres. O combate em si é quase um bem-vindo adendo, embora os chefes pareçam funcionar de forma um tanto aleatória.
RUSTY RABBIT TEM MUITA COISA EXTRA
Na verdade a jogabilidade em si é tão agradável que eu ficava de saco cheio com a frequência das interrupções. Não apenas para longas e pouco interessantes cutscenes, mas mesmo para objetivos secundários, como ler longos diálogos com os NPCs que habitam a lanchonete ou com o padre da cidade.
Especialmente no começo da campanha, eu mais de uma vez me via entediado simplesmente porque Rusty Rabbit queria me prender lendo e eu só queria jogar.
METROIDVANIA
Mais de uma vez eu fiquei sem saber para onde ir, o que para alguns pode ser a graça no gênero metroidvania, mas eu particularmente odeio ficar empacado. O level design, que é bacana, é relativamente linear e são limitadas as vezes que você precisa voltar para uma área anterior para progredir. Normalmente, eu acabava travando porque não via um caminho inexplorado no mapa e acabava voltando sem necessidade para as áreas anteriores.
A exceção foi perto do final. Quando o jogo te dá as quatro armas principais, você consegue abrir quase qualquer bloqueio. Mas alguns exigem upgrades superiores das mesmas armas, que devem ser crafteados. No que parece ser a última fase; ou pelo menos a última mostrada no mapa padrão, o coelhinho fofo é bloqueado logo no início, e para prosseguir precisa de um upgrade na drill.
BLOQUEANDO O COELHINHO
Eu até tenho a esquemática necessária, mas não tenho o suficiente de um dos ingredientes. As duas áreas onde dá para encontrar este ingrediente estão sem novas áreas exploráveis, então eu literalmente fui impedido de progredir. Tem um modo extra chamado de “dungeon aleatório”, e talvez eu seja obrigado a gastar tempo lá para poder terminar. Mas sabe como é, tempo de vida é limitado, eu não tenho certeza que esta é a solução, e odeio level design procedural. Resolvi ficar por aqui.
Rusty Rabbit é um joguinho com bastante sustância, que durou 13 horas para mim até finalmente me impedir de progredir. É bastante, mais longo inclusive do que gostaria que ele fosse. Mas foi uma experiência agradável enquanto durou. Ainda que ser bloqueado desta forma não tenha sido especialmente agradável, é um metroidvania criativo, diferente e divertido, que merece a recomendação delfiana.