Um tempinho atrás, em um papo com um camarada, comentei que jogos que usam a palavra rogue no título costumam ser roguelikes. Meu colega respondeu citando o Assassin’s Creed Rogue. E é verdade, muitos usam a palavra para seguir a cartilha do gênero. Mas não é uma regra infalível. Rogue Flight não é um rogue, mas um jogo de navinha 3D estilo Star Fox, que me lembrou mais um ainda mais antigo: After Burner.
ROGUE FLIGHT: NAVINHA 3D
Apesar do visual 3D, Rogue Flight não te coloca em fases lineares, em que você tem que chegar até o fim. O cenário de cada estágio é único, mas ele basicamente se repete durante toda a duração. Ao invés disso, seu progresso é marcado pelos inimigos que você destrói. Complete a barra de progresso que fica no topo da tela e um chefe enorme aparece. Vença e continue a campanha.
A jogabilidade é bem parecida com After Burner, especialmente com o mais recente Climax. Você tem armas automáticas (que podem ser melhoradas e/ou alternadas) e mísseis teleguiados, limitados e mais poderosos. Para usar os mísseis, você deve segurar o gatilho esquerdo e passar a mira nos inimigos para “travar”. Daí solte o botão e assista às explosões. Os botões do ombro giram a nave, o que deflete tiros. Completando suas habilidades, você pode usar a alavanca direira para “chupar” itens, acelerar ou usar um ataque especial.
SUPER COMBO!
A utilidade deste ataque especial é manter seu combo. Veja, Rogue Flight é um jogo que te incentiva a causar a maior destruição o mais rápido possível. Vença alguns inimigos em poucos segundos e a barra de combo acende e começa a diminuir. Continue vencendo pusilânimes e a barra vai sendo recarregada. O ataque especial coloca tudo em câmera lenta, comprando alguns segundos extras para você destruir naves mais resistentes e manter o combo por mais tempo. Para que serve isso, você pergunta? Pontos? Também, mas tem uma função mais importante.
Enquanto seu combo está ativado, seus escudos são automaticamente recarregados. Assim, pelo menos nas dificuldades mais baixas, enquanto o combo está ativado você fica relativamente invencível. E, claro, tem alguns troféus caso você consiga manter combos ativos por bastante tempo.
O uso do Dualsense no PS5 também é intenso. O controle vibra e fala tanto que a bateria dura muito pouco. Mal dá para fazer uma campanha completa com uma carga. Em uma manhã jogando, eu troquei de controles três vezes.
OS CHEFES DE ROGUE FLIGHT
Os chefes de Rogue Flight são sempre naves enormes, com vários pontos fracos específicos. Você os vence destruindo todos estes pontos. A dificuldade do jogo nas dificuldades mais baixas é limitada aos chefes, já que, como eles normalmente vêm sozinhos, não é possível manter combos, então seu escudo fica limitado. A boa notícia é que Rogue Flight tem um monte de opções de dificuldade.
Além disso, é um jogo curto, com upgrades liberados conforme você joga mais. Assim, o natural é começar numa dificuldade relativamente baixa e ir melhorando a nave e aumentando a dificuldade. E você fica muito mais forte mesmo. Tem uma arma, por exemplo, com uma área de impacto tão grande que deixa mirar praticamente opcional. Deixe-a fortona e você será uma máquina de explodir navinhas.
INCENTIVANDO O REPLAY
Como Rogue Flight é um jogo curto, seus upgrades e unlocks são liberados de forma homeopática. Para incentivar o replay, você tem três opções de rota. Pode atacar o caminho 1, o 2 ou então atacar os dois e nunca voltar para casa. Isso determina quais fases você vai fazer e o final. Depois de fazer todas, uma quarta rota que leva ao final real é liberada.
O jogo tem bastante história. Bastante em tempo de cutscenes, mas não em roteiro, já que é basicamente uma guerra e uma heroína solo que vai vencer a guerra. Você já viu isso antes. As cutscenes também são bem chatinhas, normalmente mostrando a nave parada e um retrato de quem está falando. Não jogue Rogue Flight pela história. Jogue como um fliperama, algo curto, mas divertido.
AUDIOVISUAL DE ROGUE FLIGHT
Rogue Flight é um jogo bem brilhante e cheio de explosões. Porém, ao contrário de um Star Fox ou Panzer Dragoon, não tem muita coisa para ver nas fases. Os cenários são variados, mas não chamam a atenção. E depois que você olha para eles nos primeiros segundos das fases, basicamente se concentra no tiro ao alvo e em manter seus combos o máximo de tempo possível.
Rogue Flight é um jogo divertido. Uma daquelas platinas relativamente fáceis e divertidas. Para ver a história toda, você precisa terminar quatro vezes, e uma vez extra se quiser a platina. Tem também um modo rogue, veja só, cuja principal diferença é que você tem apenas uma vida para chegar ao final. Mas é tudo bem rápido, dá para fazer em uma manhã se você maratonar, e serão algumas horas de boa diversão. Não vai mudar sua vida e nem te entreter por vários dias, mas para curtir um fim de semana sem compromisso, vale a pena.
