O delfonauta dedicado já ouviu falar de Osman? Talvez de Cannon Dancer? Se a resposta foi não, você certamente já ouviu falar de Strider. Pois Osman (ocidente) / Cannon Dancer (oriente) é a continuação espiritual do clássico da Capcom. Foi um jogo lançado para fliperamas em 1996, criado por várias pessoas que trabalharam em Strider, inclusive com o mesmo diretor, Kouichi Yotsui.

Este jogo nunca foi adaptado para consoles caseiros, então a única forma de ser jogado por mais de década foi através de emulação. Até agora. A ININ lança hoje para Xbox Series, Xbox One, PS4, PS5 e Switch este jogo que é, mais do que qualquer coisa, uma curiosidade histórica. Vamos falar desta nova versão?

CANNON DANCER / OSMAN

Eu testei Cannon DancerOsman na versão de Xbox Series X (sim, há versão nativa para a nova geração). E o gameplay parece muito com Strider, mas em uma versão ainda mais colorida, mais bonita.

Osman, Cannon Dancer, ININ, Delfos

Você ataca sem armas, mas a sensação de atacar, pular e escalar paredes lembra muito Strider. Admito que não sou muito fã da versão arcade de Strider, e talvez por isso gostei mais de OsmanCannon Dancer.

O principal apelo do game para mim foi ter uma imersão totalmente nova (para mim) daquela estética sensacional dos fliperamas. Cores vivas, músicas empolgantes, OsmanCannon Dancer é um espetáculo para quem gosta daquela estética noventista específica. Os games de console sempre foram menos brilhantes, menos chamativos. Afinal, nos fliperamas eles precisavam chamar atenção. E isso é boa parte da graça desses jogos para mim hoje em dia. Até porque, convenhamos, a dificuldade “papa-ficha” não deixa esses jogos divertidos a não ser que você tenha fichas infinitas.

EMULAÇÃO

Felizmente, você tem esses benefícios por aqui. Coisas que você teria em qualquer emulador, como save staterewind e vidas infinitas estão presentes. Ele também aceita uma customização que não estava presente no game original. Dá para ligar vantagens como ficar invencível no pulo ou no ataque, e até ligar um pulo duplo. E daí tem alguns cheats que acrescentam bastante à diversão.

Osman, Cannon Dancer, ININ, Delfos
O menu de cheats.

A versão de console inclui o fliperama ocidental (Osman) e o oriental (Cannon Dancer). Porém, tirando o idioma e a tela título, os games me parecem iguais. O legal é que dá para configurar e salvar cheats, vantagens e controles de forma independente em cada jogo. Além disso, os dois também têm uma dupla de modos diferentes.

STANDARD E DESAFIO

O modo standard diz que é para jogar se você quiser se divertir. Nele, você tem fichas infinitas, pode ligar quantas vantagens quiser e ativar quaisquer cheats. Daí tem o modo desafio, que desliga os cheats, limita a quantidade de fichas e permite ativar apenas duas vantagens. Até aí tudo bem. O chato é que apenas o modo desafio tem conquistas. Ora pois, por que eu não posso ganhar conquistas se estou jogando para me divertir?

Osman, Cannon Dancer, ININ, Delfos

Para este texto, joguei Osman no standard até o fim, e depois joguei uma partida de Cannon Dancer no modo desafio até levar game over. Fui até bem longe, mais do que esperava. E nem ativei “fichas extras” como vantagem.

Curiosamente, as conquistas, o principal apelo do modo desafio, estão quebradas. Eu desbloqueei algumas como a platina “desbloqueie todas as conquistas” ou o de terminar o jogo, mesmo não tendo terminado. Inclusive, achei que o jogo tinha desbloqueado tudo por erro, mas ele desbloqueou umas cinco sem motivo, e as outras, como passar de cada fase, foram desbloqueando normalmente.

CANNON DANCER NO OSMAN

O modo standard foi bem mais divertido. Eu ativei todas as vantagens, mas fui boa parte da campanha sem ligar cheats. Durante quase todo o jogo, você ressuscita no lugar que morre, então fichas infinitas já tornam o desafio irrelevante. Foi lá perto do final que o jogo resolve mudar para o estilo “checkpoint“. Depois de algumas tentativas, eu enchi o saco e liguei a invencibilidade para terminar logo. Melhor assim.

Osman, Cannon Dancer, ININ, Delfos
Amo muito essa estética dos fliperamas noventistas!

Inclusive, no final também ele apela para aquela trope de lutar contra os chefes de novo, mas faz algo totalmente novo para mim: coloca todos os chefes contra você ao mesmo tempo. Taí, Osman Cannon Dancer realmente não queria ser terminado nos fliperamas. Mas nesta versão é tranquilo, desde que você não queira as conquistas.

A minha experiência com Osman Cannon Dancer foi bem agradável. É um game curto, como qualquer fliper da época, mas é bem chamativo e empolgante enquanto dura. Particularmente, sou muito interessado pela história dos games e ter a chance de jogar uma continuação espiritual de Strider da qual nunca tinha ouvido falar foi um prazer. Se você também tem esse interesse histórico, há alguma diversão por aqui.