Esta eu posso riscar do meu cartão de bingo. Eu definitivamente não esperava me surpreender algum dia com um novo Mario Kart. Porém, cá estamos nós com Mario Kart World. Seu principal ponto de venda, o mundo aberto, para mim inicialmente era uma fraqueza. Mas a forma como foi implantado realmente tornou o jogo ainda melhor e menos repetitivo, exatamente o contrário do que acontece com quase qualquer outro mundo aberto do mercado. Vem se delfonar gostoso comigo que eu conto mais!
REVIEW MARIO KART WORLD
Apesar do mundo aberto (sim, apesar), Mario Kart World é muito mais próximo dos outros jogos da série do que você imagina. Embora haja um free roam, não tem uma campanha propriamente dita que te força a interagir com o mundo aberto. A carne do jogo são as corridas, como sempre foram. Mas ao contrário de como sempre foram, elas não são mais voltas repetitivas em circuitos pequenos que duram 50 segundos.
O mundo “aberto” foi utilizado para conectar uma pista à outra. Assim, depois de cada corrida, você dirige até a próxima pista. Isso faz parte da corrida, não é uma enrolação desnecessária como em Forza Horizon. As corridas terminam, depois de uma única volta no circuito de destino.
O bacanudo é que estes trechos entre uma “pista” e outra não são um mundo aberto vazio, que serve só para você atravessar. Eles são tão cheios de detalhes, armadilhas e surpresinhas quanto os circuitos propriamente ditos. A ponto de que você nem percebe quando de fato chegou ao circuito a não ser que esteja prestando atenção nisso.
BENEFÍCIOS ÓBVIOS
O benefício principal é óbvio: simplesmente elimina a repetição dos circuitos. Afinal, você não fica dando voltas repetitivas de 50 segundos pelo mesmo terreno. Como na modalidade sprint de um jogo de corrida arcade mais tradicional, cada prova é uma corrida do ponto A ao ponto B.
Daí tem o benefício secundário: tem muita coisa para olhar e reparar no seu caminho. Os circuitos têm áreas conhecidas, como casas assombradas, o castelo do Bowser, praias e gelo. O legal é que este caminho de um a outro sempre começa com o visual da corrida anterior, e daí vai aos poucos mudando para o próximo. Como dirigir de um bairro a outro da cidade real, é um enorme prazer acompanhar esta mudança de cenário. Isso inclui as criaturas que habitam cada região, bem como suas armadilhas.
MODOS DE JOGO
Até agora o que descrevi é o modo tradicional, o Grand Prix, que são sequências de quatro corridas que premiam com mais pontos os primeiros colocados. Mas há um outro modo de jogo novo, a Knockout Tour. Esta é uma campanha à parte do Grand Prix, com oito copas específicas. A diferença é que aqui os circuitos aparecem menos. Cada uma das copas envolve uma longa corrida, que te manda passar por seis pontos do mapa. Taí, este é um bom uso para um mapa de mundo aberto. Se pá eu gostei ainda mais desta modalidade do que do Grand Prix.
Este modo também tem uma regra específica, seguindo o que outros jogos de corrida chamam de “Eliminação”. Basicamente, cada vez que há um checkpoint na corrida, os jogadores que estiverem mais atrás são eliminados. Você sabe como funciona. Depois de seis checkpoints, só sobra o primeiro colocado.
Além destes dois, que são as campanhas principais, tem também os tradicionais Battle e Time Trial, que funcionam dos jeitos tradicionais. Se há novidades neles, são pequenas e eu não percebi. Talvez mais interessante sejam as VS Race.
VS Race
VS Race é o equivalente ao Quick Race de outros jogos de corrida, em que você pode escolher as pistas e jogar livremente no que desejar. Dá até para fazer times ou jogar individualmente. O interessante aqui é que é a única forma que eu consegui encontrar de fazer corridas em circuitos. Você pode escolher que a corrida seja de um ponto a outro do mapa, ou então é possível seguir o modo tradicional, escolhendo um circuito e dando voltas nele.
É possível até criar campeonatos equivalentes ao Grand Prix, em que cada corrida dá pontos aos melhores colocados e quem tiver mais no final ganha a prova. Quem ficou decepcionado com as mudanças na fórmula e quer uma experiência mais parecida com o tradicional, este é a única forma de focar nos circuitos e não no grande mapa. Mas não dá para negar, é decepcionante que não haja uma terceira campanha focada nos circuitos. O conteúdo já está no jogo, afinal de contas, e isso aumentaria a parte single player em 1/3.
FREE ROAM
E daí temos o Free Roam, o mundo aberto em si. Esta provavelmente é a grande decepção para quem queria um mundo aberto propriamente dito. Porque é apenas o mapa do mundo, e você pode dirigir para onde quiser, sem a competição. Não dá para interagir com outros corredores nem nada do tipo. Além de explorar, a única coisa que tem para fazer neste modo são minigames, ativados apertando os botões P espalhados pelo mapa. Estes são objetivos que duram alguns segundos, tipo desviar dos obstáculos, pegar uma quantidade X de moedas, etc. Eles dão apenas adesivos sutis que podem ser colados no seu carro e não são mostrados no mapa. Não é nada muito interessante, então não compre Mario Kart World pensando no mundo aberto, esperando um Forza Horizon da vida. Compre como um excelente e criativo novo Mario Kart.
Por fim, tem o modo on-line. Este é possível brincar no Grand Prix, na Knockout Tour ou nas batalhas. Estas partidas são simplesmente caóticas, e digo isso no bom sentido. Até o momento, eu não consegui ganhar nenhuma, mas também não perdi de lavada em nenhuma. Eu sempre acabo ficando um pouquinho em primeiro, mesmo sem ter capacidade de manter a posição por muito tempo. O on-line é uma boa oportunidade para ver e brincar mais com os itens do jogo, uma vez que jogando sozinho, com você em primeiro quase o tempo todo, acaba pegando apenas banana e casco verde. Tem um monte de itens, novos e antigos, que só apareceram para mim no on-line, já que neste modo as posições são bem mais variáveis.
MARIO KART WORLD
Eu não tenho dúvidas, Mario Kart World é o melhor Mario Kart que já joguei, e olha que sempre gostei muito da série. Claro, daí a dizer se ele merece ser o jogo mais caro da história (até o momento é o único lançamento vendido a 80 dólares) são outros 500. Literalmente, porque o jogo custa 500 pilas na Nintendo eShop brasileira. É muito dinheiro para um jogo, e você pode dizer, com certa razão, que nenhum jogo vale isso. Porém, se conseguir arcar com a mordida, não tenho dúvidas de que vai se divertir muito com ele.