Star Wars Rebels: Spark of Rebellion

0

Você conhece a história. Em 2012, a Disney comprou a LucasFilm e anunciou uma nova trilogia cinematográfica de Star Wars, bem como filmes solo de personagens consagrados e também uma nova série animada.

Enquanto o Episódio VII está sendo filmado, ao menos já podemos ter um gostinho do que vem por aí no universo da franquia. A Disney exibiu para os jornalistas, numa sala de cinema de São Paulo, o episódio piloto duplo, Spark of Rebellion, da nova série animada Star Wars Rebels, só para dar um gostinho de como vai ser a coisa.

Situada entre os Episódios III e IV, a animação mostra o Império já estabelecido, dominando com mão de ferro a galáxia muito, muito distante. Um jovem ladrão chamado Ezra rouba uma carga de suprimentos do Império e seu caminho acaba se cruzando com o de um pequeno grupo de elementos rebeldes, que deseja o mesmo saque.

Perseguidos pelas forças imperiais, o grupo não vê alternativa a não ser juntar forças com Ezra, que logo dá indícios de que possui a Força dentro de si. E o líder do bando rebelde, Kanaan, parece ter alguma ligação com a antiga ordem Jedi. E assim está armado o cenário para o desenvolvimento do seriado.

O mais legal aqui é que tanto o visual como o climão da trama é totalmente baseado na trilogia sagrada, a clássica, e não na nova, como Clone Wars era. Naves, veículos, uniformes dos oficiais do Império e dos stormtroopers, armas, tudo é saído da trilogia antiga e é bem legal ver novamente todos esses elementos clássicos numa história inédita.

O teor da história, como já falei, também segue essa linha, com um grupo de rebeldes sendo caçado pelas estrelas pelo impiedoso Império e seus destroyers estelares. Os heróis voltam a ser a minoria, tendo de viver na miúda e planejando ações de sabotagem.

E, claro, existem ainda muitas referências aos filmes antigos, como uma ótima perseguição de motos speeder, que remete diretamente a O Retorno de Jedi, o tabuleiro daquele xadrez holográfico na nave dos rebeldes e muitos outros detalhes. E há até uma participação especial em forma de mensagem holográfica bem bacana.

A trilha sonora em diversos momentos ecoa as peças de John Williams e o visual da animação é bem feito, embora siga aquela linha de design estilo CGI para televisão, onde todos os desenhos para a telinha acabam ficando muito parecidos. Não sei se é um padrão para corte de custos ou se os produtores realmente gostam desse mesmo visual de rosto e coisas assim, mas só não fica completamente genérico porque no fim das contas se passa no universo de Star Wars, e os elementos da franquia, como naves e trajes, ajuda a dar esse diferencial visual.

O que eu achei bem estranho foi a dublagem em português. Os dubladores pareciam engessados e sem vontade, mais recitando as falas num tom monocórdico do que atuando e tentando passar as emoções que os diferentes momentos pediam. Isso é algo que a turminha da dublagem terá de melhorar bastante para os próximos episódios.

Spark of Rebellion, visto assim, separadamente, funciona muito bem como uma história de introdução desse novo velho universo, e também como um episódio fechado, já que ele conclui sua aventura inicial. E também já deixa um bom gancho para o que virá no restante da temporada.

E, acima de tudo, aponta uma série (que tem previsão de estreia nos EUA para o começo de outubro) bastante promissora. Se isso se concretizará, só os próximos episódios dirão. Mas que o primeiro produto da dobradinha LucasFilm/Disney parece estar com a Força ao seu lado, isso parece.