PUBG, Delfos

Se você tem algum interesse em games, com certeza já ouviu falar de PlayerUnknown’s Battlegrounds, apelidado carinhosamente de PUBG. Ele saiu para PCs em março de 2017 como um beta e em três dias faturou 11 milhões de Trumps. Ele seguiria como uma história de sucesso, se tornando o segundo jogo de PC mais vendido de todos os tempos. Em 20 de dezembro, saiu oficialmente para PC, e no dia 12 chegou ao Xbox One como um título de acesso antecipado.

Dois motivos me mantiveram afastado do jogo durante boa parte do ano. O primeiro é que ele só estava no PC, e eu sequer tenho um PC. O segundo é o fato de ser um jogo de PVP, o que nunca me apeteceu muito. Porém, agora que ele chegou ao Xbox One, tive a oportunidade de testá-lo e… cara, tirando o conceito, é difícil entender tamanho sucesso.

PUBG, Delfos
A primeira coisa que pensei quando essa imagem apareceu foi “Caramba, que coisa feia!”. Olha essas texturas!

O CONCEITO

Sabe aquele filme japonês legalzudo, Battle Royale? Aquele mesmo que o Jogos Vorazes copiou descaradamente? Pois embora o filme não tenha criado o conceito de Battle Royale (que significa uma batalha de todos contra todos), PUBG parece quase uma adaptação do filme.

Assim como no clássico japonês, você é solto em uma ilha com o objetivo de ser o último sobrevivente. O mapa vai diminuindo com o tempo, obrigando os jogadores a ficarem cada vez mais próximos, e algumas áreas são bombardeadas, tornando-as mortais para qualquer um que esteja lá.

PUBG, Delfos
A parte vermelha é a bombardeada, e o círculo branco é para onde todos devem ir para continuar vivos.

Diferente do filme, aqui você começa sem nada além da roupa do corpo. Deve explorar o cenário para encontrar armas, munição, armaduras e afins. É possível jogar sozinho, em dupla ou em times de quatro, tanto com amigos quanto com genéricos escolhidos aleatoriamente.

Os jogadores devem se matar até sobrar apenas um. Quem morre está fora da partida. É simples e tem bastante potencial.

A REALIDADE

Na minha primeira jogada, eu caí de paraquedas (literalmente) em uma espécie de prisão, onde tinha um jogador armado com uma metralhadora que me matou imediatamente. Foi bem injusto, já que eu estava totalmente desarmado, podendo apenas socá-lo. Uma péssima primeira impressão.

PUBG, Delfos
Toda partida começa com um salto de paraquedas.

Nas outras vezes foi um pouco melhor. Consegui encontrar armas, mas demorei muito para conseguir equipá-las. Por exemplo, eu encontrei uma foice e, ao pegá-la, a equipei. Pouco depois, encontrei uma escopeta, e ela apareceu nas minhas costas. Obviamente, queria guardar a foice e usar a arma de fogo, mas nenhum botão do controle fazia isso.

Não há tutoriais nem nada do tipo. Você tem que aprender tudo enquanto luta pela sua vida. E definitivamente não é muito inteligente ficar mexendo no inventário enquanto tem outros 99 jogadores querendo te matar.

PUBG, Delfos
E o inventário não é nada intuitivo.

Curiosamente, o jogo é muito menos intenso do que você pode pensar. Assim como no filme Battle Royale, a melhor forma de sobreviver é ficar escondido e deixar os outros se matarem. E veja só, das cerca de 10 horas que passei jogando, a maioria das vezes eu morria por não conseguir chegar na parte do mapa demarcada, não por assassinato via jogador.

Na verdade, na imensa maioria das vezes eu sequer encontrava outros jogadores. Apesar de ter 100 pessoas jogando em cada partida, o mapa é enorme. Imagino que a coisa fique mais intensa para os últimos sobreviventes, quando o espaço fica bem apertado, mas isso não chegou a acontecer para mim. E eu até que conseguir sobreviver bastante, ficando entre os 20 últimos sobreviventes.

Na prática, as partidas de PUBG envolvem muito tempo simplesmente procurando armas para se defender, e uma vez armado, boa parte dos jogadores acampa em um telhado ou algo assim e ficam esperando. É uma boa tática, mas não se traduz em um jogo divertido. E não ajuda em nada o fato de este ser o jogo mais feio desta geração.

PUBG, Delfos
A primeira coisa que pensei quando essa imagem apareceu foi “Caramba, que coisa feia!”. Olha essas texturas!

Curiosamente, PUBG vem “melhorado para o Xbox One X“. Eu o testei em uma TV 4K, mas em um Xbox One padrão, mas devo dizer que suas limitações gráficas não são da máquina que o roda, mas de falta de capricho mesmo. Olha o chão na imagem aí em cima. Não precisa do poder de um Xbox One X para fazer isso ficar melhor.

PUBG

Verdade, PUBG está em acesso antecipado, mas até aí, Fortnite também está, e é muito mais bonito e mais agradável de jogar.

PUBG tem um conceito forte que rende bastante, mas provavelmente seu sucesso se deve ao pioneirismo em aplicá-lo. Nos próximos anos, ele com certeza ganhará concorrentes (o próprio Fortnite acrescenteu uma modalidade Battle Royale) e não é nada difícil conseguir fazer um jogo melhor. Vamos ver quanto tempo ele conseguirá se manter campeão, uma vez que imagino que os próximos Call of Duty e outros jogos com PVP forte vão querer uma lasquinha dessa modalidade.