Operação Sombra: Jack Ryan

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Jack Ryan é o personagem mais famoso do escritor de livros de espionagem Tom Clancy, protagonista de vários de seus romances. Também já teve quatro longas-metragens, tendo sido interpretado por três atores diferentes. Alec Baldwin em Caçada ao Outubro Vermelho (1990), Harrison Ford em Jogos Patrióticos (1992) e Perigo Real e Imediato (1994) e Ben Affleck em A Soma de Todos os Medos (2002).

Como se pode ver, o último filme do personagem saiu há mais de dez anos. E você sabe o que isso significa: hora do reboot! No caso, a segunda “rebootada”, visto que o próprio A Soma de Todos os Medos já havia sido uma tentativa de rejuvenescer o personagem.

Operação Sombra: Jack Ryan vai fundo nesse objetivo e aperta aquele grande botão imaginário de reset para recontar os primeiros dias do Sr. Ryan (agora interpretado pelo Capitão Kirk) como um analista da CIA, mostrando seu recrutamento e sua primeira missão. E também como ele conheceu sua mulher, a quem interessar possa.

Quem conhece os livros ou os filmes sabe que, apesar de trabalhar primariamente atrás de uma mesa, loucas confusões do barulho sempre acabam por levar o cara a, meio sem querer querendo, meter a mão na massa como um agente de campo. Este não é diferente e dessa vez ele terá de impedir um esquema russo para quebrar os EUA financeiramente. Porque você sabe, nada é mais sinônimo de ação do que economia. Mas não se desespere, caro delfonauta, junto com o maquiavélico ataque econômico, vem também o físico para dar uma animada nas coisas.

Falta uma cara própria ao filme. Ele é legalzinho, mas não consegue sair daquele nefasto terreno dos genéricos. A história não apresenta nada de novo. A direção, a cargo de Kenneth Branagh, que também interpreta o vilão, é correta e sem brilho, bem como outros aspectos técnicos. O que de melhor há aqui são as cenas de ação, funcionais, mas as quais também não são nenhuma novidade.

Contudo, mesmo sofrendo desse grave caso de mediocridade, eu me diverti durante a cabine. O que só me faz pensar o quanto teria me divertido ainda mais se a película fosse feita com mais garra. Se a ideia é revitalizar a série, certamente trata-se de um personagem que tem potencial para novos e melhores filmes. Pena que já não tenha começado com o pé direito, o que pode matar a nova tentativa de franquia já neste longa.

Operação Sombra: Jack Ryan é muito prejudicado pela falta de personalidade. Contudo, mesmo assim ainda é capaz de divertir. Digamos que eu não o recomende para ver no cinema, mas, caso não haja nada melhor passando, até que quebra o galho.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
operacao-sombra-jack-ryanPaís: EUA/Rússia<br> Ano: 2014<br> Gênero: Ação/Thriller<br> Duração: 105 minutos<br> Roteiro: Adam Cozad e David Koepp<br> Elenco: Chris Pine, Keira Knightley, Kevin Costner, Kenneth Branagh, Colm Feore e David Paymer.<br> Diretor: Kenneth Branagh<br> Distribuidor: Paramount<br>