Moonlight: Sob a Luz do Luar

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A dura vida de um menino negro chamado Chiron, morador de um bairro pobre e barra-pesada de Miami. De uma forma muito resumida, este é o argumento do drama Moonlight: Sob a Luz do Luar, filme indicado a oito Oscars, incluindo o de melhor filme. Mas claro, vou desenvolver melhor.

O longa é dividido em três partes. A primeira retrata a infância de Chiron como um menino quieto e retraído que tem tudo contra ele. Sua mãe (Naomie Harris) é viciada em crack e ele sofre bullying constante de seus colegas de escola. As coisas melhoram um pouco quando ele faz amizade com um traficante de drogas e a namorada deste, que passam a cuidar dele quando a mãe de Chiron está chapada demais para fazê-lo.

A segunda parte mostra sua adolescência, e as coisas só pioram. Sua mãe continua viciada, o bullying se intensifica e o garoto tímido e na dele ainda tem de passar por sua descoberta sexual. Na terceira e última parte, vemos o moleque já adulto, tendo se transformado ele próprio na coisa que tudo levava a crer que ele nunca seria.

Como todo filme dividido em segmentos bem delineados, alguns são melhores que os outros. Eu gostei mais da parte da adolescência, que trata com sensibilidade o desabrochar da sexualidade de Chiron e também, como toda adolescência, é a época definidora de sua personalidade.

Já a terceira parte, embora seja até a mais fraca, tem um quê trágico ao mostrar no que ele se tornou quando adulto, mostrando que às vezes não dá para fugir de sua criação. O ambiente em que se é criado acaba por moldar quem se é quando adulto, embora traços do Chiron criança e adolescente ainda estejam presentes, mesmo que ele tente enterrá-los.

Eu não sou muito chegado nesse tipo de drama e também faltou o fator identificação com o personagem. Muito do filme depende bastante deste fator. Ainda assim, até que gostei do que assisti, muito embora não seja o tipo de história que vá ficar na minha cabeça por muito tempo.

Fazer o quê? Oscarizáveis não são para mim, muito embora este até seja melhor do que muita coisa que costuma concorrer a um careca dourado. Como disse no parágrafo acima, tudo depende muito de seu gosto pessoal por este tipo de história e de sua identificação com ela e, sobretudo, com seu protagonista. Se você conseguir fazer esta conexão emocional, então Moonlight: Sob a Luz do Luar será prazeroso de se assistir.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
moonlight-sob-a-luz-do-luarPaís: EUA<br> Ano: 2016<br> Gênero: Drama<br> Duração: 111 minutos<br> Roteiro: Barry Jenkins<br> Elenco: Mahershala Ali, Shariff Earp, Duan Sanderson, André Holland, Janelle Monáe e Naomie Harris.<br> Diretor: Barry Jenkins<br> Distribuidor: Diamond<br>