Você pode acusar a Telltale de lançar jogos que são basicamente iguais entre si, e estaria certo. No entanto, não dá para negar que eles tomam grandes riscos e surpreendem nas histórias. E, como seus lançamentos são basicamente histórias interativas, podemos dizer que isso é o que realmente importa.

Esta tendência a surpreender e a correr riscos foi algo que ficou na minha cabeça durante as duas horas que passei com o primeiro episódio da nova série da empresa, baseado nos novos queridinhos da Marvel, os Guardiões da Galáxia.

Isso que é soco!

Eu fiz uma longa pesquisa de dois minutos no Google para tentar descobrir se a história que temos aqui é canônica em relação ao gibi/filme ou se é totalmente independente, como a incursão da empresa no mundo do Homem-Morcego. Não encontrei informações oficiais, mas a julgar pelo que acontece aqui, imagino que este seja o caso, uma vez que não consigo imaginar a Marvel dando permissão para a Telltale fazer o que acontece aqui.

Parece screenshot editada, mas é uma imagem tirada direto do jogo.

DON`T STOP BELIEVING

A coisa começa até dentro do esperado. Os Guardiões da Galáxia são chamados para impedir um ataque do Thanos. “Ok, o Thanos vai ser o vilão. Faz sentido”, você pode pensar. E estaria tão errado quanto eu estava. O conflito com o Titã é resolvido ainda no início do episódio de forma surpreendente. A história em si é focada na repercussão deste confronto, que pode levar o Senhor das Estrelas a se reencontrar com sua mãe.

Bwa-haha!

É justamente o fanfarrão herói que você controla na maior parte do tempo. A única exceção é na luta contra Thanos, na qual você assume o papel de todos os guardiões de forma bastante épica. Na questão decisões, no entanto, o foco é totalmente no bom e velho Starlord.

Novidades? Há algumas. O protagonista é capaz de voar, explorando os cenários em até três níveis. Ele também é capaz de usar um ping que mostra coisas que aconteceram no passado, ajudando na investigação, mas neste primeiro episódio isso é usado apenas uma vez.

A voar, a voar, a voar…

O legal mesmo é o humor afiado e a relação bem construída entre os personagens. Repare, aliás, que todos os episódios e troféus trazem nomes de músicas bem conhecidas. Aliás, a trilha sonora é simplesmente fenomenal, focando em faixas licenciadas que caem muito bem para o tom da história.

Bang, bang!

É difícil analisar os jogos da Telltale apenas pelo primeiro episódio, mas eu diria que esta série mais recente começou muito bem. Particularmente, eu tenho gostado mais da Telltale fanfarrona de jogos como Borderlands do que daquela mais séria e pesada, como o Walking Dead que a deixou famosa. Guardiões da Galáxia não chega a ser uma comédia escrachada como Borderlands, mas segue bem aquela fórmula de humor com ação pela qual os filmes da Marvel ficaram famosos. Como tal, é um dos primeiros passos mais fortes da empresa nos últimos anos.