Everything

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Everything está saindo hoje para PS4. Apesar de seu site oficial ser chamado de Everything-Game e ele sair primeiro em uma máquina dedicada principalmente a jogos, ele não é um jogo.

O que temos aqui é uma experiência, interessante de um ponto de vista filosófico, mas não é especialmente lúdico, divertido e sequer tem objetivos claramente estabelecidos. Praticamente não há nem animação em seus personagens “jogáveis”.

Basicamente, como o nome entrega, você controla tudo. Seu primeiro personagem é aleatório – o meu foi um leão – mas você pode apertar o R2 para possuir algo maior, ou o L2 para algo menor. De leão, você passa a controlar formiguinhas, e daí você vai para árvores, planetas, galáxias e, quando menos espera, assumiu uma molécula de oxigênio. Você pode se unir a outros objetos do mesmo tipo para andar juntos pelos cenários e pode até dançar apertando triângulo, o que faz com que você se reproduza.

No círculo das ideias, lembra bastante aquela piada frequente no Guia do Mochileiro das Galáxias. Manja aquela história da tropa estelar que ia invadir o planeta e foi comida por um cachorrinho?

O negócio é tão não-jogo, que eu achei que a melhor forma de apresentá-lo para meus estimados delfonautas é com um vídeo de gameplay.

Tudo contém tudo, tudo é tudo. Você pode estar no controle de um sol e, ao escolher ir para algo maior, se tornar uma molécula e logo mais um caramujo. Esta parte filosófica é o que é mais legal em Everything. E ela não para por aí.

Enquanto você explora o universo, vai encontrar outras coisas com pensamentos, representados por um balãozinho que você enxerga de longe. Estes pensamentos costumam ser bem interessantes. Mais legal ainda são os audiologs, narrações filosóficas sobre o que é vida, o motivo dela e como tudo está conectado.

Isso tudo faz com que Everything não funcione bem como um jogo, mas sua profundidade é interessante e sem dúvida causa emoções. Se parece fora de lugar numa plataforma como o PS4, seria o tipo de coisa que se encaixaria bem em uma Estação Ciência ou uma universidade.

É o tipo de experiência muito boa para complementar uma aula ou para instigar pensamentos e ideias. Sem dúvida é algo para o qual eu vou voltar quando estiver em busca de inspiração. Inspiração, no entanto, não diversão.

É um lançamento que funcionaria bem caso tivesse sido disponibilizado de graça, mas não é o caso. Eu diria que vale a pena ter a experiência de “jogar” Everything, mas eu não recomendaria a compra caso você esteja a fim de um jogo propriamente dito ou de algo que vai entreter por horas e horas a fio.

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