Sin City: A Dama Fatal

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A produção deste Sin City 2 foi um parto. A primeira notícia do filme aqui no DELFOS data de 2006. Veja a quantidade de coisas que foram divulgadas e acabaram não acontecendo nesta lista com tudo que publicamos sobre o filme.

Finalmente, nove anos depois do filme que deu orgasmos melados a nerds mundo afora, sua continuação chega aos nossos cinemas. E pode parar de abraçar seu bonequinho do Superman e de se encolher em posição fetal, delfonauta. Sin City: A Dama Fatal é maior legal.

Temos aqui quatro histórias, duas delas, Just Another Saturday Night e a título A Dame to Kill For estão nos gibis de Sin City. As outras duas, The Long Bad Night e Nancy’s Last Dance são novas e escritas por Frank Miller para este filme. Todas as histórias aqui acontecem entre os contos That Yellow Bastard e The Long Hard Goodbye mostrados no primeiro filme. Isso significa que não é nem uma prequência, nem uma sequência e também significa que – SPOILER DO PRIMEIRO FILME – Marv está vivo e Hartigan está morto.

SIN CITY – UMA CIDADE DE MATAR

Antes de analisar as histórias individualmente, falemos um pouco sobre o que abrange todas elas, e de todas as características, a que mais chama a atenção é a estética. Sin City: A Dama Fatal mantém aquele visual preto e branco com detalhes coloridos que deixa tudo muito bonito e destaca o que deve ser destacado.

Os enquadramentos também continuam belíssimos, dando ao longa a maior cara de gibi. As atuações também são diferentes do tradicional, mais forçadas e exageradas, mas que combinam com o mundo criado por Frank Miller.

Existem poucos diálogos no mundo de Sin City. Boa parte da história é contada através da narração dos protagonistas, o que contribui para o clima noir da coisa.

Eu gostei também do 3D, que funciona bem neste mundo com poucas cores. Em alguns momentos, a imagem do cenário fica literalmente menor, deixando barras pretas nos cantos da tela, e as coisas saem do “limite” das bordas pretas, o que dá um efeito bem legal. Como sempre, o 3D não é imperdível, mas neste caso você pode se divertir com os efeitos caso opte por comprar o ingresso mais caro.

Falemos agora sobre as histórias em si, na ordem que aparecem no longa.

JUST ANOTHER SATURDAY NIGHT

História curtinha, que serve apenas para introduzir você ao mundo de Sin City. É talvez a que tem o visual mais estilizado e mais bonito, impressionando o espectador logo de cara.

Nela, vemos Marv (Mickey Rourke) tentando se lembrar de como se meteu na confusão que se encontra, e é bem divertida.

THE LONG BAD NIGHT

Aqui temos Joseph Gordon-Levitt como Johnny que, como na vida real, é um bastardo sortudo. Johnny sempre ganha no jogo, mas ele se enfiará em maus predicados ao vencer o senador Roark (Powers Boothe, cujo nome parece ter sido inventado por um menino de 14 anos), pai do assassino amarelo do filme anterior.

Esta também é bem legal, e aqui começamos a ver as beldades que vivem em Sin City. E são muitas, delfonauta. Definitivamente não falta mulher bonita neste filme, e a estética que destaca coisas como os cabelos e os olhos as deixam ainda mais belas.

Esta história é cortada no meio para dar lugar à próxima, e é retomada depois do final da seguinte, o que particularmente não me agradou muito. É também um dos dois contos do filme que são inéditos.

A DAME TO KILL FOR

A história-título, a principal do filme e também a mais longa. Aqui conhecemos uma bela mulher chamada Ava (Eva Green) que parece estar em perigo e pede ajuda para um dos muitos homens que a amam, Dwight (Josh Brolin, personagem que era interpretado por Clive Owen no primeiro filme). Porém, como o título nacional entrega, ela talvez esteja mais para uma dama fatal do que para uma donzela em perigo.

Nesta história eu senti que o filme deu uma esfriada. O fato de a história anterior ter sido interrompida para dar lugar a esta ajudou nisso. Como esta é muito mais longa do que as outras, talvez deveria ter sido esta a ser dividida em duas partes. Além disso, também por ser bem mais longa, ela não tem o mesmo timing acelerado de suas companheiras.

No final das contas, esta, que é baseada em um dos gibis de Sin City mais famosos, acaba sendo a que mais parece um filme, e menos com uma HQ. Ela não é ruim nem chata em nenhum momento, mas acredito que o longa renderia melhor, e ganharia mais Alfredos, se ela tivesse sido intercalada com um dos outros contos menores.

NANCY’S LAST DANCE

Outra das duas histórias inéditas, esta é uma continuação direta de That Yellow Bastard e mostra a dançarina Nancy (Jessica Alba, que infelizmente ainda se recusa a pagar peitinho) quatro anos após os traumáticos eventos que vivenciou nas mãos do filho do Senador Roark. Ela quer se vingar, e para isso vai manipular o fortão Marv, que parece ser manipulado por todo mundo em Sin City.

Esta história também é relativamente curta, e com isso tem um timing acelerado, além de terminar bem o filme e o arco dramático da personagem Nancy.

O SALDO DO PECADO

Normalmente quando uma coisa fica em produção por muito tempo, vem bomba por aí. Portanto, saí da sessão bem satisfeito com o que tinha visto. Sin City é uma série que pode render muito no cinema, então sacrifico meus bodes para que façam outros filmes, e que enfrentem menos problemas na produção do que este. Enquanto isso, vá ao cinema e divirta-se com a violência estilizada de Frank Miller.

CURIOSIDADES:

– A resenha de Sin City – A Cidade do Pecado, foi um dos primeiros textos do Cyrino que eu realmente gostei, quando senti que ele realmente pegou a cara do DELFOS.

– A Lady Gaga faz uma ponta. Tente encontrá-la e diga nos comentários quem era ela.

– Muitos personagens tiveram seus atores substituídos em Sin City: A Dama Fatal. Dwight, originalmente interpretado por Clive Owen, foi substituído de propósito por Josh Brolin, uma vez que seu personagem passa por uma cirurgia que altera sua aparência. O Dwight pós-cirurgia deste filme deveria ter sido interpretado por Owen, mas isso acabou não acontecendo por conflitos de agenda, o que é uma pena.

– Manute, originalmente interpretado por Michael Clarke Duncan, foi substituído por Dennis Haybert. Este não tinha muito como evitar, já que Duncan morreu entre a produção dos dois filmes.

– A pequena e letal Miho, personagem que era de Devon Aoki, agora é de Jamie Chung. Ficou ainda mais bonita, é verdade, mas esta não precisava ter sido substituída.

– Este eu admito que eu nem percebi. O personagem Bob, feito a princípio por Michael Madsen, aqui é de Jeremy Piven.