Bloodborne: The Old Hunters

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Acredito que é quase um consenso que o melhor exclusivo disponível para o PS4 até o momento é Bloodborne. Ok, o negão da Sony não tem tantos exclusivos apetitosos quanto o negão da Microsoft, mas pelo menos Bloodborne é um jogaço, sucesso de crítica e público.

E veja só, poucas horas atrás fez pop na PSN o DLC The Old Hunters. Eu já joguei ele por inteiro e venho aqui te falar: pode comprar que o negócio é bom. Elaboremos.

ENTRANDO NO PESADELO

The Old Hunters acontece em uma área que parece um pesadelo coletivo de vários caçadores. A história, como é tradicional, é bem vaga. A From Software como sempre não sai da ficção do jogo possibilitando que você simplesmente escolha jogar o DLC através do menu (cá entre nós, seria mais prático).

Para acessar a nova área você já teve ter matado a Vicar Amelia, e então ir até a Cathedral Ward, sair para a esquerda e ficar esperando no cemitério. Um bichão vai te agarrar e te matar, e você vai aparecer na área nova do DLC, onde poderá ativar uma lâmpada e a partir daí se teleportar para essa área sempre que quiser através de uma nova lápide que aparece no Hunter’s Dream. Aqui tem um guia oficial com imagens para ajudar você a encontrar. A From recomenda que seu personagem seja pelo menos nível 65 para fazer o DLC.

Acessar o DLC foi tranquilo. Eu tinha um save antes do último chefe do meu New Game +, então pude ir direto. Porém, demorei um bom tempo para encontrar a lápide nova no Hunter’s Dream, onde estão as áreas da expansão. Caso você também esteja perdido, ela fica na frente da última lápide dos Chalice Dungeons, próximo à saída do workshop.

AS NOVIDADES

Todas as áreas do DLC são novas. Gostei bastante do visual da primeira área e da última. As do meio são dentro de enormes construções, algo já bem comum nos jogos da From.

Como sempre acontece nesses jogos, a exploração é o grande prazer. O combate continua rápido, visceral e empolgante, mas o legal mesmo é explorar os cenários abertos sem nunca saber se você está indo na direção certa. Mas quem disse que há uma direção certa? Claro, tem o caminho que leva aos chefes e à conclusão da história, mas é muito mais satisfatório quando você encontra um atalho que abre um caminho para uma lâmpada pela qual você passou faz tempo.

Quase todos os inimigos que você vai encontrar são novos também. O lado ruim é que aqueles cérebros gigantes pentelhos que te colocam em frenzy aparecem aqui de novo, mas há muitos desafetos novos para matar.

Como a área é um pesadelo dos caçadores, muitos desses inimigos são caçadores também, e usam as mesmas armas, habilidades e roupas que você pode usar. E estou falando de inimigos normais, não aqueles caçadores “mini-chefes” que você encontra no jogo principal. Estes mini-chefes, claro, também aparecem aqui, e alguns deles me deram mais trabalho do que alguns dos chefes novos propriamente ditos, especialmente uma dupla que vem pra cima de você ao mesmo tempo..

Há quatro chefes novos como parte da história (e mais um “secreto”), e eles são bem variados, indo de monstros enormes e assustadores a uma caçadora poderosa, passando pelo último chefe que nem parece grande coisa mas que é um dos mais difíceis do jogo.

Tem também um monte de novas armas e roupas, que não demoram a aparecer. Eu cheguei a trocar todas minhas roupinhas por novas, menos o capacete, que eu ainda acho o de Cainhurst o melhor.

Já as armas novas são legais e criativas, mas eu não pude brincar muito com elas. Acontece que eu estava jogando no New Game +, que é consideravelmente mais difícil do que na primeira vez. Assim, minhas armas preferidas estavam no nível 10, enquanto as novas vêm zeradinhas. Com isso, enquanto um inimigo padrão morria com três ou quatro golpes das minhas armas antigas, eles precisavam de 15 a 20 tacadas das novas, ou seja, eu gostei do feeling das armas novas, mas elas ficaram underpowereds no meu jogo. Acredito que isso não aconteça para quem estiver ainda na primeira playthrough, que é o ideal para experimentar tudo e upar as que você mais gostar.

O que me chamou a atenção é que um dos novos itens é um escudo bem melhor do que aquele de madeira que estava no jogo principal. Inclusive, o escudo se faz necessário contra um inimigo que joga vários fantasminhas em você.

DIFICULDADE

Quando joguei Dark Souls II: Scholar of the First Sin, me chamou a atenção quão difíceis eram os DLCs. Ok, o jogo em si já é difícil pra caramba, mas os DLCs multiplicam a dificuldade por 10.

Felizmente, isso não acontece com The Old Hunters. Ele continua difícil, mas é um difícil na mesma linha do jogo principal (o que, convenhamos, já é difícil até demais). Achei que as lâmpadas novas estão bem colocadas e com vários atalhos, diminuindo a frustração de ter que refazer longas partes do jogo quando morre.

Além disso, Bloodborne permite que você passe correndo por boa parte dos inimigos, o que não é possível em Dark Souls II, onde eles te perseguem para sempre. Isso ajuda bastante quando você já explorou tudo e quer apenas chegar até onde morreu.

Eu consegui fazer toda a campanha principal em duas tardes (deve ter sido por volta de seis ou sete horas de jogo). Não é uma expansão longa e carnuda como a de Witcher 3, mas também não é extremamente curta. Admito que, quando terminei, fiquei com um gostinho de quero mais, mas o lado bom é que Dark Souls III está quase aí.

TRANSMITIDO PELO SANGUE

Um bom DLC preza por trazer mais daquilo que agradou os fãs no jogo principal, e é exatamente isso que temos em The Old Hunters. Ele se encaixa bem no que já conhecíamos, mantendo praticamente todas as qualidades e defeitos de antes.

Cá entre nós, eu não gosto dos jogos da From Software porque eles são difíceis. Eu gosto deles APESAR de eles serem difíceis. Por causa disso, já faz alguns meses que estava com vontade de jogar Bloodborne de novo, mas a alta dificuldade me deixava com preguiça de fazer tudo de novo. Então esse DLC veio em boa hora. Afinal, permitia que eu curtisse mais um pouco do sabor de Bloodborne sem explorar de novo áreas que já tinha explorado. Se você também quer um pouquinho mais do maior exclusivo de PS4 lançado até o momento, pode comprar sem medo.

CURIOSIDADES:

– Eu peguei todos os troféus do jogo principal, com exceção de um: o dos chalice dungeons. Estou travado em um chefe que é um cachorro enorme no dungeon que você fica limitado a metade da vida. Se alguém quiser fazer esse troféu em coop, me adicione na PSN: delfiano.

– Vamos acabar com a dúvida de todo mundo, inclusive de outros sites de games brasileiros: Bloodborne não significa “nascido do sangue”. Esse “E” no final de “borne” é outro verbo totalmente diferente. A tradução correta de Bloodborne seria “transmitido pelo sangue”, uma referência ao fato de os cidadãos da cidade do jogo usarem sangue como se fosse uma droga e aos efeitos que isso causou nas pessoas.

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