Se você é leitor fiel do DELFOS, sabe que eu sou fã da Telltale. Joguei quase todos os seus jogos e gosto muito de todos. Batman: The Enemy Within é a segunda temporada da visão da Telltale para o homem-morcego, depois de uma primeira temporada excelente que mostrou que eles não estavam presos à cronologia e fatos dos quadrinhos.

Ao contrário da primeira, no entanto, que começou de forma mais friaThe Enemy Within já começa de forma bombástica e poderosa. Mais do que isso. Apesar de ser, como o tradicional nos jogos da empresa, uma série em cinco capítulos, este primeiro episódio é longo (durou mais de três horas para mim) e conta uma história completa.

Sim, é claro que há sementinhas do que será desenvolvido nos próximos episódios, e ele termina num “momento caraio!”, mas a coisa não é tão diferente de como seria num filme do Batman. Pois é, The Enemy Within está mais para cinema do que para TV.

Batman: The Enemy Within, Delfos
A começar pela estética apurada. Olha que coisa linda!

O QUE É, O QUE É?

Batman: The Enemy Within, Delfos
Adivinha quem é.

A história começa com o retorno do temível Charada. O vilão, que talvez seja o mais legal dos inimigos do Batman depois do Coringa, retorna depois de um bom tempo sumido. Nesta interpretação da Telltale, ele foi o primeiro bandido mascarado de Gotham, décadas atrás, quando os pais do Bruce Wayne ainda estavam vivos.

Ninguém sabe porque ele está de volta, mas ele está tacando o terror, e obviamente nosso herói, o Batimão, vai tentar prender o senhor interrogação.

O Charada é um vilão perfeito para um adventure. Afinal, seu modus operandi envolve puzzles, que é basicamente a forma tradicional de interação do jogador em um point and click.

Batman: The Enemy Within, Delfos
Tipo assim.

Tem até um momento aqui que parece diretamente tirado de um Jogos Mortais. Na cena em questão, Batman e o Comissário Gordon estão presos em uma armadilha e devem solucionar a Charada para conseguirem escapar com vida. Eu adoro este tipo de desafio, o que torna este o capítulo mais forte deste episódio, e talvez um dos mais emocionantes dentre todos os jogos da Telltale.

UMA HISTÓRIA SEM COMPROMISSOS

Uma coisa que torna este primeiro episódio tão bom é que ele segue o que a Telltale mostrou no primeiro episódio de Guardians of the Galaxy: que não está presa a decisões editoriais da matriz. Assim como no jogo da Marvel, a Telltale não se furta a matar personagens importantes se achar que isso pode tornar sua história melhor. E você vai ficar chocado com os que morrem já neste primeiro episódio.

Apesar disso, há bastante humor também. O Coringa retorna, ainda com o nome John Doe, e sua participação, embora pequena, é bem engraçada.

Batman: The Enemy Within, Delfos
Awkward…

No mais, o próprio personagem do Batman acaba sendo engraçado. Ele é tão absurdamente machão e confiante que não dá para não dar risada. E em uma cena de interrogatório, dependendo do caminho que você escolher, suas ameaças são tão estapafúrdias que acaba nos lembrando positivamente que esta é uma história de super-heróis, e não algo forçadamente sombrio e deprê.

Aliás, não afeta em nada o jogo em si, mas caramba, tem um sujeito que é idêntico ao Christian Bale. Se é uma referência ou apenas coincidência, eu não sei, mas tire suas próprias conclusões.

Batman: The Enemy Within, Delfos
O Christian é o da direita, mas você já sabia disso.

BATMAN: THE ENEMY WITHIN

Este primeiro episódio de Batman: The Enemy Within é mais longo, mais emocionante, mais divertido e, acima de tudo, mais completo do que costumamos esperar do capítulo inicial de uma série. Vou esperar os próximos ansiosamente e sacrifico meus bodes para que eles sejam tão pintudos quanto este. A expectativa está alta, vamos ver se a realidade corresponde a ela.

Batman: The Enemy Within, Delfos
I’m Batman!