As maiores decepções de 2016

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As maiores decepções que nós, nerds, podemos ter a cada ano estão ligadas aos prazeres não encontrados no entretenimento. O mundo real é fétido, sabemos disso. Não precisamos elaborar listas dos seus piores acontecimentos, porque as emissoras de TV já fazem isso por nós (são as chamadas retrospectivas).

Neste texto, vamos falar de angústias reais que infelizmente encontramos em nossas mídias favoritas (TV, games, cinema, mas não em livros) no ano de 2016.

Algumas pessoas podem até pensar que vários acontecimentos negativos do mundo real merecem lugar neste texto, mas elas estão erradas. A todas elas, sinto o dever de esclarecer algumas coisas. Este não é um texto para questionar a eleição de Trump (vai mandar melhor que a Hillary), falar mal da política brasileira (estava pior com Dilma), pedir pela volta da ditadura militar (está achando que estou aqui pelos likes?) ou ainda brigar pela Deisy do Master Chef (ela que brigue pelo pernil, pô).

Este texto é sobre frustrações sérias. Vamos nos unir em torno de interesses em comum, não para causar discórdia entre amigos de direita e esquerda que amam assistir a filmes de super-heróis em tela grande.

Vamos começar com uma decepção leve, delfonauta, porque esta lista fica pior a cada tópico abordado. Prepare os lenços e libere as últimas lágrimas de 2016, este ano nefasto.

5 – O STAR WARS DE 2016 É SOBRE REBELDES E NÃO DARTH VADER

Está difícil acreditar que a Disney vai oferecer abordagens nunca antes vistas no universo do cinema de Star Wars. Rogue One: Uma História Star Wars é mais um sinal de que os filmes vão continuar a ser mais do mesmo, o arroz com feijão básico que esperamos de remakes e reboots de Hollywood.

Com George Lucas, ficávamos preocupados porque o diretor tinha um sério problema de execução. Ele simplesmente não conseguia utilizar bem todas as suas ideias, boas ou ruins. Porém, ainda assim, eram novas ideias, e é possível enxergar sem muito esforço que cenas ruins dos filmes poderiam ser épicas se tivessem sido melhor elaboradas.

Com a Disney, o que vemos é uma execução profissional de histórias já contadas. Se perguntassem a você alguns anos atrás qual é a história de Star Wars que conta como os rebeldes se reúnem para enfrentar o império, tendo como maior arma a esperança, imediatamente você diria que isso se trata do quarto filme, Uma Nova Esperança. A trilogia clássica inteira conta como a esperança e a força venceram o mal, com protagonistas interessantes no meio.

A ideia do spin-off no período em que se passa Rogue One não é um problema, mas o filme deveria ser centrado no Darth Vader, um dos melhores vilões de todos os tempos. Por melhor que Rogue One: Uma História Star Wars seja (e até achei ele muito bom), desde o começo é possível saber o final, porque os personagens principais não aparecerão nunca mais na franquia. Não há tempo suficiente para desenvolvê-los, nós sabemos o que acontecerá depois, então, a abordagem não é a mais interessante disponível.

[Rogue One não é o filme que os fãs mais sedentos de Star Wars gostariam de assistir, mas como está aí, vai ter de ser ele mesmo. É uma decepção pequena e contornável, bastante diferente do próximo colocado, que mexeu com as emoções de muita gente.

4 – A MORTE DO WII U

2016 foi um ano excelente para jogar videogame. A quantidade de jogos de gêneros variados e de muita qualidade é impressionante. Houve lançamentos excelentes e marcantes para todos os gostos: jogos indies divertidos de jogar e bastante artísticos (como: Hyper Light Drifter, [Inside, The Witness), jogos AAA com grandes campanhas (por exemplo: Doom, Titanfall 2, Dark Souls 3, etc.) e jogos de multiplayer online, do qual se destaca Overwatch, são todos exemplos de quão longe os desenvolvedores chegaram com experiências completas e interessantes.

Nos anos anteriores, a Nintendo também competia com bons jogos, mas em 2016, ano de revelação do Nintendo Switch, a empresa não lançou nada relevante. Na verdade, a Big N quase não lançou nada para o Wii U. A morte tão prematura do console é deveras decepcionante, uma vez que o bichinho proporcionou algumas das experiências gamísticas mais interessantes dos últimos anos.

A Nintendo pode ter se mantido em destaque com Pokémon Go e Super Mario Run, porém, ter deixado o >a href=https://delfos.net.br/conteudos/por-que-abandonei-a-nintendo/ target=blank>Wii U bater as botas foi a gota d’água para vários fãs. Esta é uma das grandes decepções de 2016, uma tristeza completa para quem gosta de fugir da realidade com o Mario e Zelda na tela da TV.

3 – CLIPE DE CLARICE FALCÃO É CENSURADO NO YOUTUBE

Toda vez que o peso da realidade é grande demais para um nerd suportar, há a opção de ver pessoas nuas na internet, estimular seus instintos mais primitivos e escapar das fortes garras da sociedade, que exigem a busca por status e uma carreira consolidada, entre outras necessidades que estão no topo da pirâmide de Maslow e são difíceis demais de serem conquistadas.

Os reles mortais nerds contam com pessoas que estão no topo das necessidades supridas para receberem o que eles não conseguem por si mesmos. Desta vez, a cantora Clarice Falcão disponibilizou no Youtube o clipe de sua nova música Eu escolhi você, que mostra a dança de órgãos genitais masculinos e femininos, anteriormente reservada a momentos privados na hora do banho.

A decepção não é com a divulgação do clipe cheio de lascívia divertida, mas com a censura do Youtube sobre o clipe, que impediu que milhares de nerds pudessem ver partes íntimas no espaço comunitário e agradável do Vocêtubo. Infelizmente, as pessoas vieram com argumentos presunçosos de que a música era “um manifesto universal, um retrato de nosso tempo ou uma obra de arte cheia de camadas”, como a própria Clarice afirmou, da mesma forma que o funk defende a sexualidade feminina. Oras, as coisas não podem ser confundidas desta forma, delfonauta. Perdemos um clipe de gente pelada em 2016 e se isto não é uma decepção, sinceramente não sei o que é!

Não se preocupe, o DELFOS está aqui por você: assista ao videoclipe completo de Eu escolhi você no site da Clarice.

2 – FALTA DE TEMPO E NAMORADA(O) PARA VER SÉRIES

Uma das melhores maneiras de escapar da realidade é ficar em casa e assistir a boas séries de TV com a(o) namorada(o), mas sem tempo e a(o) namorada(o) para fazer a pipoca, fica um pouco difícil.

A preocupação com as diversas mazelas da realidade impediram que o delfonauta assistisse às grandes séries de TV e pudesse entender os spoilers dados no Facebook. Vou fazer o máximo possível para nomear as séries que você perdeu neste parágrafo, mas como este redator que vos escreve também ficou por fora de tudo, a lista será mais enxuta que a dos games.

Dizem que Black Mirror é imperdível e faz comentários incríveis sobre o que estamos vivendo. Teve a segunda temporada do Demolidor e a do Luke Cage também, se você gosta deste negócio de super-heróis. Em 2016, mais pessoas falaram para eu assistir a Westworld e a Stranger Things do que vi cartazes de “Fora Dilma” e “Eu amo Sérgio Moro” no Caralivro.

As pessoas que são malsucedidas no amor, de fato, têm mais tempo para ficar sentadas na frente da TV e receberem o maravilhoso conteúdo dos seriados. Porém, a falta de um par romântico para cutucar seu pé, fazer pipoca e trocar olhares na hora daquela reviravolta sensacional torna a experiência meio deprimente. Assim, é desejo de toda a equipe do DELFOS que você saia do encalhe em 2017 para poder assistir às suas séries confortavelmente com um(a) parceiro(a) capaz de compreender o único assunto do qual você conversa com as pessoas (além do clima, é claro).

Então, delfonauta, é isso aí, nós perdemos as séries de 2016. Se possível, não indique outras nos comentários, porque a minha lista na Netflix não diminui há pelo menos um ano.

1 – BATMAN VS SUPERMAN: A ORIGEM DA JUSTIÇA

Havia esperança de que a DC e o Zack Snyder conseguiriam estabelecer um universo coeso, bom e original nos cinemas. Não há dúvidas, após Batman vs Superman: A Origem da Justiça, que estúdio e diretor fracassaram horrorosamente nesse objetivo. Agora, só é possível coletar o defunto (literalmente) do filme, ignorar o que dá e tentar de novo, mas sem o Zack Snyder.

Batman vs Superman: A Origem da Justiça era uma decepção desde o trailer, claro, mas o motivo para reunir o morcegão e o homem sem a cueca vermelha é uma das maiores decepções de 2016. Martha, cara? Vamos virar brothers agora só porque sua mãe tem o mesmo nome que a minha? É cientificamente comprovado: quando dois homens saem na porrada e o nome de uma mãe é mencionada na briga, alguém no mínimo sairá sem os dentes.

Todo mundo que não é marvete queria que a DC fizesse por merecer na telona, mas está claro que ela quer chegar logo à Liga da Justiça e parar de levar banhos de água fria da Marvel, mesmo que tenha que fazer de qualquer jeito e às pressas. Parar a treta dos dois super-heróis mais icônicos de todos os tempos por causa das Marthas é a maior decepção do ano. Quem acha que isso não é pior do que o Trump realmente deixa este redator assustado.

E é isso, delfonauta. Que 2017 seja um ano melhor, porque 2016 não irá deixar saudades. Aproveite e diga nos comentários qual foi a sua maior decepção de 2016! Foi o Batman e o homem sem cueca também?

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